As regiões de cerrado do Cerrado tiveram aumento de 221% nas áreas queimadas em agosto de 2024. Foram afetados 1.239.324 hectares – mais que o dobro do tamanho do Distrito Federal – ante 386.404 hectares no mesmo período do ano passado. Esse tipo de vegetação, composta por árvores, arbustos e gramíneas, é predominante no bioma e ocupa a maior parte (41,7%) de tudo que queimou no Cerrado nos primeiros oito meses do ano. Os dados são do Monitor de Incêndios, divulgado nesta quinta-feira (19/9), pelo MapBiomas coordenado pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM).
“Embora a área queimada nas florestas do Cerrado seja menor que a área queimada nas savanas, esse número chama a atenção por fugir da dinâmica comumente observada no bioma. O aumento dos incêndios nas formações florestais é algo novo e pode estar relacionado com a intensificação das alterações climáticas e do desmatamento, que enfraquecem estas áreas e aumentam a sua vulnerabilidade ao fogo”, explica Ane Alencar, diretora de Ciência do IPAM.
O Cerrado abriga oito das 12 nascentes das principais bacias hidrográficas do Brasil. Abastecem os rios da Amazônia, Pantanal, Caatinga e Mata Atlântica. Aquíferos que têm a maior parte de sua área no bioma também irrigam o subsolo do Pampa, como o Guarani. O aumento de regiões queimadas intensifica o alerta sobre o agravamento da crise hídrica no país. “O Cerrado é o coração das águas do Brasil, se perdermos ele estaremos colocando em risco o abastecimento de água do país e colocando em risco vidas humanas e a biodiversidade”, alerta Alencar.
“Se não controlarmos as queimadas e o desmatamento do Cerrado, não haverá mais água saindo da torneira das casas da maioria dos brasileiros”, enfatiza Yuri Salmona, diretor executivo do Instituto dos Cerrados.
Segundo o instituto, as áreas agrícolas do Cerrado tiveram um aumento de 219% na área queimada em agosto deste ano, 440.843 mil hectares queimados, ante 138.274 mil hectares em 2023. Nos primeiros oito meses do ano, a agricultura concentrou 21%. do fogo no bioma. Comparando os últimos cinco anos, a área queimada no Cerrado foi 95% maior em agosto de 2024 que a média do período. O mês marca o auge da seca no bioma, o que amplia os incêndios causados pela ação antrópica, este foi o agosto com maior área queimada no intervalo analisado, com aumento de 177% em relação a agosto de 2023.
“O Cerrado é um bioma que evoluiu com a ocorrência do fogo naturalmente, mas é importante lembrar que esse fogo natural só ocorre no período chuvoso, por meio de raios, então é bastante raro. Na seca, o fator humano é o principal responsável pelas queimadas no bioma. É preciso criar mecanismos para que possamos manter esse bioma vivo, seja reduzindo o uso do fogo e gerenciando essa ferramenta, seja criando áreas protegidas”, acrescenta Alencar.
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