Um homem de 47 anos foi preso em Juatuba, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, identificado pela Polícia Civil como responsável pelo assassinato de sua ex-mulher, de 44 anos. linha de trem, a apenas 130 metros de sua casa. A prisão do ex-companheiro ocorreu na última sexta-feira (17/5) e foi divulgada nesta segunda-feira (20/5) pela instituição policial em entrevista coletiva. O gatilho para o crime teria sido a leitura de um provérbio da Bíblia.
O relacionamento do casal chegou ao fim depois de pouco mais de 20 anos. Segundo a delegada do caso, Raquel Gontijo, a vítima e o ex moravam como vizinhos e estavam separados há oito anos. Porém, o novo relacionamento da mulher teria despertado ciúmes no suspeito. “Ele conhecia a rotina dela, os hábitos dela, quando saía e voltava da residência. Por isso, estranhou que a mulher chegasse mais tarde em casa e conseguiu confirmar através de um dos filhos com a mulher que ela estava, de fato, namorando”, explica o delegado. O suspeito também descobriu que sua ex pretendia se casar e mudar de residência.
Segundo o delegado, o homem inicialmente procurou orientação em uma igreja. “Porque o ciúme do marido é furioso, e ele não perdoará no dia da vingança”, narra um trecho da Bíblia, em Provérbios, capítulo 6, versículo 34, que foi lido por ele, o que o teria encorajado a cometer o crime.
Além disso, o homem suspeitava que, na época do relacionamento, havia sido traído, fator apontado pela polícia como parte da motivação do feminicídio. “Então, quando se depara com o provérbio, ele escreve na parede de casa como forma de motivar o plano criminoso”, acrescenta Gontijo.
O dia do crime
No dia 8 de abril, o homem esperava a esposa sair de casa pela manhã para ir trabalhar, quando a surpreendeu com uma enxada na cabeça. A mulher conseguiu segurar a ferramenta por alguns instantes, mas ele acabou completando o crime ao esfaqueá-la diversas vezes no pescoço, e ela morreu no local. Ele então arrastou o corpo do ex-companheiro pela linha do trem e o empurrou para uma floresta.
O delegado revelou ainda, segundo a investigação, que chegou a simular um assalto ao jogar a bolsa e os pertences da vítima no rio que passa abaixo da linha férrea. Logo em seguida, o suspeito voltou às suas atividades diárias e visitou vizinhos — o que a polícia considera uma medida calculada para tentar obter um álibi para o crime.
Na última terça-feira (14/5), durante cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa do suspeito, exames de luminol detectaram vestígios de sangue nas botas do suspeito, bem como em uma tomada e nas chaves do imóvel.
A Polícia Civil disse que o indivíduo negou o homicídio, apresentando versões contraditórias, mas posteriormente, diante de elementos forenses, acabou confessando o crime e sua dinâmica. Preso preventivamente, ele fica à disposição da justiça no sistema prisional.
Você gostou do artigo? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê sua opinião! O Correio tem espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores através do e-mail sredat.df@dabr.com.br