Representantes das plataformas Google/YouTube, Meta, TikTok, do Sul. As big techs assinaram um protocolo de intenções para “promover a integridade” das informações sobre o desastre.
“Surge daqui um novo modelo de trabalho, o modelo do diálogo”, disse o procurador-geral da União, Jorge Messias, na assinatura do protocolo.
O compromisso terá duração de 90 dias e poderá ser prorrogado. As plataformas garantiram que utilizarão, “na medida das suas capacidades técnicas e institucionais”, os seus próprios instrumentos de verificação de factos para impedir mentiras e desinformação. Também se comprometeram a fornecer aos utilizadores “recursos e mecanismos para facilitar o acesso” à informação oficial sobre a calamidade.
Desde que a tragédia atingiu o Rio Grande do Sul, as redes sociais têm repercutido inúmeras postagens com conteúdos falsos, manipulados digitalmente ou com informações descontextualizadas. Os principais alvos têm sido instituições e autoridades, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros de estado, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, prefeitos das cidades afetadas e as Forças Armadas.
Esta não é a primeira vez que big techs assinam acordos com o governo para tentar impedir a propagação de notícias falsas. Em fevereiro de 2022, foram convocados pelo Tribunal Superior Eleitoral a se comprometerem no combate às fake news relativas às eleições presidenciais daquele ano.
Nível de água
O Departamento de Recursos Hídricos da Secretaria do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul (DRHS/Sema-RS) constatou que a elevação das águas do Lago Guaíba está diminuindo lentamente. No entanto, os dados mostram que o nível das cheias ainda está um metro acima do nível das cheias — que é de 3 m — e as previsões indicam uma cheia longa, com uma redução lenta do volume de água.
A Lagoa dos Patos, apesar dos baixos níveis dos rios da região, teve elevação de 0,11m e está na marca de 2,62m —o nível de cheia é de 1,3m. O meteorologista Francisco Diniz destaca que o aumento se deve aos ventos e à lentidão do fluxo do Guaíba, que represa temporariamente a água da lagoa.
Segundo relatório do Instituto de Pesquisas Hidráulicas, existe a possibilidade de o Guaíba cair hoje para menos de 4m. Mas é pouco provável que esta situação se mantenha, já que o relatório do IPH aponta para uma retoma do aumento do nível das águas nos próximos dias.
“O Guaíba pode ser represado pelo forte vento sul previsto para sexta-feira, provocando uma nova subida de cerca de 4m. As chuvas durante a semana também podem contribuir para o aumento dos níveis e prolongar a enchente”, destaca o documento.
Para a próxima semana, as chuvas são uma preocupação, principalmente no sul do estado, onde fica a Lagoa dos Patos. Os maiores volumes de chuvas nesta região são esperados para hoje, e devem atingir amanhã o norte e o centro do Rio Grande do Sul. No total acumulado, são esperados 150mm de chuva.
Outra preocupação é um ciclone extratropical, que se formará no litoral do Rio Grande do Sul e trará ventos entre 70km/h e 80km/h e poderá afetar a bacia do Guaíba.
*Pedro José, estagiário sob supervisão de Fabio Grecchi, colaborou
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