O jornalista Cid Moreira, falecido nesta quinta-feira (3/10), aos 97 anos, fez aniversário no dia 29 de setembro e para agradecer as felicitações recebidas, publicou nas redes sociais uma gravação que fez do poema. ‘Meus oito anos’, de Casemiro de Abreu.
Na introdução do vídeo, Cid Moreira diz que não acredita que está tão perto do seu centenário. “Se você perguntasse àquele menino de calça curta de Taubaté eu nem imaginava, tantas emoções, tantas pessoas especiais que conheci”, declarou Cid.
“Para começar a segunda-feira agradecendo tantas mensagens pelo meu aniversário, gravei o poema “meus oito anos”, de Casemiro de Abreu…”, escreveu na legenda da publicação.
Meus oito anos – Casimiro de Abreu
Oh! como eu sinto sua falta
Desde o amanhecer da minha vida,
Da minha amada infância
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes preguiçosas
À sombra das bananeiras,
Sob os laranjais!
Como são lindos os dias
Desde o início da existência!
– Respire a inocência da alma
Como perfumes florais;
O mar é – lago sereno,
O céu – um cobertor azul,
O mundo – um sonho dourado,
Vida – um hino de amor!
Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Nessa doce alegria,
Naquele lazer ingênuo!
O céu bordado com estrelas,
A terra cheia de aromas,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Quão doce não era a vida
Nesta manhã feliz!
Em vez de tristezas agora,
Eu comi essas delícias
Da minha mãe as carícias
E beijos da minha irmã!
Filho livre das montanhas,
Fiquei muito satisfeito,
Com uma camisa aberta no peito,
– Pés descalços, braços nus –
Correndo pelos campos
Ao redor das cachoeiras,
Atrás das asas leves
De borboletas azuis!
Naqueles tempos felizes
eu ia colher as pitangas,
Subi para tirar as mangas,
Brinquei à beira-mar;
Rezei as Ave-Marias,
Eu pensei que o céu sempre foi lindo,
Adormeci sorrindo,
E ele acordou cantando!
. . . . . . . . . .
Oh! como eu sinto sua falta
Desde o amanhecer da minha vida
Da minha amada infância
Que os anos não trazem mais!
– Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes preguiçosas
À sombra das bananeiras,
Sob os laranjais!
Na quarta-feira (2/10) Cid postou um vídeo do comediante Tom Cavalcanti, onde o apresentador comenta a voz icônica de Cid e o convida para apresentar a abertura de um show. Cid responde que gravaria a abertura do show sempre que Tom quisesse.
“Vou querer que você abra um desses para o meu show, né? Com aquela voz única que Deus te deu”
Cid Moreira foi um jornalista ícone da televisão brasileira e apresentou a primeira edição do Jornal Nacional em 1969.
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