O primeiro turno das eleições municipais mostrou que a direita política levava vantagem mesmo entre os candidatos que disputaram as eleições. Embora nenhuma capital tenha eleito prefeito, dos oito candidatos que disputarão o segundo turno, no dia 27, seis são do campo conservador. O único confronto entre mulheres será em Campo Grande.
Mariana Carvalho (União Brasil), em Porto Velho; Rose Modesto (União Brasil), em Campo Grande; Adriane Lopes (PP), em Campo Grande; Cristina Graeml (PMB), em Curitiba; Emília Correia (PL), em Aracaju; e Janad Valcari (PL), em Palmas — são os representantes da direita. À esquerda, Maria do Rosário, em Porto Alegre, e Natália Bonavides, em Natal, estão no segundo turno —ambas do PT.
Levantamento do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) em parceria com a Common Data, com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mostra que a força feminina na política é desequilibrada, tímida e majoritariamente de direita. Embora nenhum partido de direita tenha mais de 35% de candidatas mulheres, elas superam as de esquerda. Dos 154.317 candidatos, 84.663 (54,86%) são de direita, 37.288 (24,16%) de esquerda e 32.366 (20,97%) de centro. A diferença entre mulheres de direita e de esquerda gira em torno de 15 mil candidaturas.
Segundo a pesquisa, o aumento de candidatas mulheres em 2024 foi de apenas 0,7%. Oitenta e cinco por cento dos candidatos a prefeito ainda são homens e em seis das 26 capitais todos os candidatos são homens. A representação feminina como vereadoras aumentou desde 2008, mas, em 2025, apenas 18% dos vereadores eleitos serão mulheres.
“A agenda das mulheres é legitimamente uma agenda conservadora. O que aconteceu é que, em algumas questões, o movimento feminista tomou conta. O presidente Jair Bolsonaro empoderou a esposa no dia da posse —ela fala diante dele e do jeito que ela queria, em Libras .É ilógico dizer que o movimento conservador limita as mulheres. O que o movimento conservador quer é mulheres protegidas”, enfatiza a senadora Damares Alves (Republicanos-DF).
Isso, porém, não significa que as ideias da mulher de direita convirjam com o que pensa o ex-ministro da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos do governo Bolsonaro. Amanda Vettorazzo, vereadora eleita em São Paulo pelo União Brasil e coordenadora nacional do Movimento Brasil Livre (MBL), rejeita o antifeminismo e acredita que os extremos são igualmente prejudiciais.
“Não sou feminista, mas não me considero antifeminista. Acho que há dois lados. Sou conservadora, claro, mas o modelo antifeminista do bolsonarista também não cabe mulheres hoje. Você pode ser de direita sem ser bolsonarista. As pessoas colocam em caixinhas e eu não acho que isso é certo. Se é de esquerda, então é Lula. de direita?
Laira Tenca, cientista política e doutoranda do Instituto de Ciência Política (Ipol/UnB), explica que as candidatas conservadoras estão rompendo com as ideias tradicionais. “As candidatas conservadoras certamente desafiaram o que entendemos como os conceitos clássicos de participação das mulheres na política, que estava fortemente relacionado com uma imagem de resistência progressista e com a promoção de bandeiras e ideais feministas, bem como com a promoção dos direitos das mulheres. cada vez menos evidente e é possível ver cada vez mais mulheres antifeministas na política”, observa.
*Estagiário sob supervisão de Fabio Grecchi
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