Porto Alegre – Andar pelas ruas do centro de Porto Alegre depois que as águas baixaram é como caminhar por um cenário de guerra. Com as enchentes, o esgoto e o lixo do centro da cidade se misturaram aos mais diversos produtos que estavam dentro das lojas e deixaram um odor insuportável que deixava enjoado quem andava pelas ruas. O relatório do Correspondência Ele passou por essas estradas e presenciou o início da limpeza e a desolação dos pequenos comerciantes que perderam tudo com as enchentes.
Na rua Voluntários da Pátria, tradicional rua de comércio popular do centro da cidade, vimos comerciantes abrindo suas lojas e jogando fora toneladas de produtos inutilizáveis na água. Em uma dessas lojas, especializada em cama, mesa e banho, os funcionários usavam rodos para expulsar uma gosma preta e malcheirosa que dominava todo o estabelecimento.
A empresa visitada, Bem Me Quer Enxovais, com sede em Goiás, estima o prejuízo com a perda de estoque na loja do centro da capital gaúcha em mais de R$ 1 milhão. “O prejuízo foi enorme, perdemos quase tudo, quase 1 milhão de reais, nada disso pode ser vendido, teremos que tirar tudo primeiro”, disse ele ao Correspondência a gerente do estabelecimento, Amanda de Oliveira. Juntamente com funcionários e amigos voluntários, ela utilizou rodos e mangueiras para retirar o lodo do interior da loja.
Os comerciantes jogavam fora todos os produtos estragados que não podiam mais ser vendidos. Apesar do cheiro fétido que emanava dos cobertores, lençóis, edredons e travesseiros, centenas de pessoas, inclusive vários moradores da cidade que perderam tudo nas enchentes, lutaram gritando pelos que estavam cobertos de lama e esgoto que achavam que poderiam ser recuperados depois de um bom tempo. lavar.
Cada vez que os funcionários chegavam para colocar fardos de produtos perdidos na frente da loja, as pessoas recolhiam as mercadorias e, na tentativa de diminuir o peso das roupas de cama encharcadas, torciam os itens antes de colocá-los em sacos plásticos.
A empregada doméstica Sônia Silva, 63 anos, aguardava os produtos. Ela conta que sua casa não foi afetada, mas que teve muitos parentes que perderam tudo. “Estão jogando fora a roupa de cama, então vamos aproveitar, vou levar para minha casa e lavar e vai ficar bom de novo, o difícil vai ser carregar porque é muito pesado”, disse a senhora que garante aquela parte do “salvo”, depois da limpeza, ele vai repassar para amigos e parentes que perderam tudo nas enchentes.
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