Um dos quatro pacientes infectados por Candida auris, conhecido como superfungo, morreu nesta quarta-feira (16/10) em Belo Horizonte. Apesar de infectado, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) e a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) informaram que ele “estava em estado grave devido a um acidente de moto e, portanto, a morte não tem relação”. com o fungo Candida auris”.
Com o aumento de casos confirmados nesta semana, o secretário estadual de Saúde, Fábio Baccheretti, gravou um vídeo para esclarecer algumas dúvidas em relação ao fungo. Entre eles, afirmou que o superfungo atinge principalmente “pessoas imunocomprometidas, as mais frágeis, que estão nos hospitais”.
Além disso, disse que a Candida auris é uma preocupação específica no ambiente hospitalar. “Não há risco de a população pensar que existe um fungo grande que será transmitido para toda a população”, disse Baccheretti.
Casos
Assim como os outros três casos confirmados, o paciente que faleceu estava internado no Hospital João XXIII, na região Centro-Sul da capital mineira. Dois dos infetados já tiveram alta, um no dia 20 de setembro e outro no dia 2 de outubro. O outro paciente permanece internado.
Os casos foram confirmados pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), da Fundação Ezequiel Dias (Funed), e também monitorados pela Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte.
Até o momento, além dos confirmados, 35 pessoas foram testadas. Desse total, nove pacientes testaram negativo e tiveram alta, 24 aguardam resultado de exames e dois permanecem internados apesar de terem testado negativo para a infecção.
O secretário da Saúde informou ainda que estão sendo realizados exames de rotina em pacientes que tiveram contato com uma das quatro pessoas infectadas.
A SES informou que as pessoas investigadas estão em leitos isolados das demais e outras medidas estão sendo tomadas seguindo protocolos de segurança sanitária em ambiente hospitalar, como higienização das mãos e precauções de contato com uso de luvas e aventais.
“Seguindo os protocolos de segurança sanitária em ambiente hospitalar, o Hospital João XXIII tomou todas as medidas de controle e gestão necessárias para proteger os demais pacientes e profissionais da unidade, como higienização das mãos, medidas de precaução de contato (uso de luvas e avental) de casos suspeitos e exames para detectar novos casos”, informaram SES e Fhemig.
Riscos
Quando o primeiro caso de superfungo foi identificado na capital mineira, em meados de setembro deste ano, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) emitiu um alerta sobre o assunto. No documento, o executivo municipal considerou que “Candida auris é um fungo emergente que representa uma grave ameaça à saúde pública”.
Entre as razões apresentadas estão: a capacidade de produzir biofilmes tolerantes aos antifúngicos; resistência a medicamentos comumente utilizados no tratamento de infecções por Candida e possível permanência, por semanas ou meses, no ambiente, apresentando resistência a diversos desinfetantes, como os à base de amônio quaternário.
Outra característica alarmante do superfungo destacada pelo alerta é a sua alta transmissibilidade: a infecção pode “ocorrer de pessoa para pessoa, por contato direto ou indireto (através de superfícies, instrumentos ou mãos contaminadas) principalmente dentro dos serviços de saúde”.
No entanto, muitos dos infectados são assintomáticos, o que dificulta o diagnóstico. Segundo o infectologista Carlos Starling, a detecção pode acontecer ocasionalmente, quando o paciente está em contexto hospitalar, seja qual for o motivo. “Por exemplo: você tem dor ao urinar e faz exame de urina, ou tira cateter, ou está com febre. Dentro de um procedimento normal para investigar a infecção, aparece o fungo”, explica.
Infecção e sintomas
O superfungo pode afetar diferentes regiões do corpo humano, os possíveis sintomas incluem febre, calafrios e dores. Além disso, a Candida auris pode causar infecções na corrente sanguínea e outras infecções invasivas, que podem ser fatais, principalmente em pacientes imunocomprometidos ou com comorbidades, segundo alerta da PBH.
“Se o fungo chegar ao sangue, pode se espalhar para outros órgãos e causar candidíase invasiva, ou seja, uma infecção generalizada. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, a taxa de mortalidade por candidíase invasiva varia de 29% a 53%”, afirmou o Hospital Israelita Albert Einstein em boletim publicado em 2023. Uma das portas de entrada da Candida auris na corrente sanguínea é o uso de dispositivos médicos que perfuram a pele, como cateteres venosos centrais.
*Estagiário sob supervisão do subeditor Gabriel Felice
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