Há quem diga que ser apoiada por um homem tira a autonomia da mulher. Mas há quem considere isto apenas um gesto de agradecimento de alguém que reconhece o seu valor. “Sugar baby” Izabel Fontana, 27, esteticista e integrante do MeuPatrocínio há seis anos, fala sobre o assunto. Em entrevista, ela conta um pouco sobre sua experiência como usuária da plataforma.
O que exatamente atrai você nesse estilo de relacionamento?
Tudo, principalmente o conforto que esse modelo de relacionamento me proporciona. Já estive em relacionamentos onde minha maior preocupação sempre foi a questão financeira. Não consegui separar parte do dinheiro para comprar algo para mim porque precisava dividir outras contas com meu ex-namorado. Hoje isso não acontece mais. No site conheci homens que me apresentaram lugares que eu nem sabia que existiam, completamente fora da minha realidade.
Como você equilibra o aspecto emocional de um relacionamento como esse? Existe alguma dificuldade nessa dinâmica?
Não tive nenhum problema com isso, porque obviamente só me envolvi com pessoas que realmente me atraíam, seja pelo tipo físico ou pelo tratamento. Imagino que muita gente pense que a relação “açúcar” é interesse, mas, pelo contrário, eu mesma já tive a oportunidade de conhecer homens incríveis com quem a vida foi ainda melhor, dia a dia, conversas e trocas de ideias. Envolver-se com uma pessoa que realmente lhe interessa é essencial. Qualquer pessoa se envolve por algo que lhe interessa, seja o físico, a personalidade, seja o que for.
Quais foram os presentes mais caros que você já recebeu?
Minha clínica, com certeza. Me formei em estética e, nessa época, namorava um “sugar daddy” que sempre me motivou. Faltando um semestre para terminar o curso, ele me deu uma chave e eu não entendi nada. Então, entramos no carro e ele foi até um bairro aqui de São Paulo que é muito nobre. Entramos em um prédio super chique e eu já estava ficando nervosa e ansiosa para saber o que era. Ele simplesmente me deu a clínica totalmente montada, com todos os equipamentos que eu precisava para trabalhar de forma independente. Isso parecia algo saído de um filme – nada disso jamais me ocorreu. Hoje não temos mais contato, mas ainda sou grato por isso porque foi algo que não consegui sozinho. Fora isso, já recebi vários outros mimos, como viagens, roupas de marca, joias, etc.
Como você lida com essa possibilidade de ser rotulado como interesseiro por outras pessoas?
Não importa em qual modelo de relacionamento você esteja, eles sempre dirão algo. As experiências que tive nesse mundo foram tão boas que não vejo necessidade de me chatear com esses rótulos, até porque gostar de estar no banco não me faz menos mulher. Já viajei para mais de dez países, tudo graças aos “sugar daddies” que sempre se preocuparam em atender meus desejos e necessidades. Descobri diferentes culturas, lugares que antes me eram inacessíveis. Então não me importo com o que eles pensam, porque com certeza gostariam de estar no meu lugar.
Seus amigos e familiares sabem sobre seus relacionamentos?
Sim, até meus pais. Depois de me verem crescer tanto na vida pessoal quanto profissional, perceberam que não era algo trivial. Pelo contrário, eles apoiam muito. Minha mãe até me incentiva, porque ela sempre disse que deveríamos estar com alguém que trouxesse apoio. Meus amigos adoram que eu seja uma “sugar baby”, pois com a generosa mesada que recebo sempre convido todos para alguma confraternização. Em outras palavras, meu “sugar daddy” apoia e adora.
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