No último domingo (20/10), Adriana Vargas dos Anjos, coordenadora técnica do Laboratório PCS Saleme, foi detida no Rio de Janeiro durante uma operação que investigava infecção pelo HIV em pacientes transplantados. Ela foi a quinta pessoa presa por envolvimento no caso, todas acusadas de participação na emissão de denúncias fraudulentas.
Segundo investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ), a falha nos procedimentos se deu por uma inadequação operacional que comprometeu a segurança do processo. Essa negligência foi motivada pelo objetivo de garantir lucros ao laboratório. As investigações começaram no dia 11, após ter sido revelado que seis pessoas foram infectadas por dois doadores que apresentaram exames laboratoriais falsos negativos.
Conheça os suspeitos presos:
Presa no último domingo (20), Adriana trabalhava como coordenadora técnica no Laboratório PCS Salame e é acusada de ter emitido laudos fraudulentos. Outros integrantes da equipe afirmam que partiu dela a ordem de violar protocolos, visando aumentar os lucros. Ivanilson Santos, colega de trabalho que também foi preso, a acusou de orientar os funcionários a reduzir custos relacionados ao controle de qualidade. Segundo colegas, a verificação de antígeno, que deveria ser realizada diariamente, passou a ocorrer apenas uma vez por semana por ordem de Vargas.
Durante depoimento, Adriana argumentou que sua responsabilidade se limitava à supervisão dos técnicos, afirmando que não tinha autoridade para alterar protocolos ou assinar relatórios. Em resposta a perguntas da imprensa, Vargas declarou que o fracasso que resultou na infecção dos pacientes pelo vírus HIV foi “humanitário”.
- Cléber de Oliveira Santos
Penúltimo dos cinco presos, Cléber foi detido no último dia 16 ao chegar ao Aeroporto do Galeão, no Rio. Santos é biólogo e é acusado de ser o técnico de laboratório responsável pela liberação dos órgãos infectados. Segundo as investigações, cabia a ele fazer análises clínicas do material que chegava ao laboratório. Em seu depoimento, Cleber afirmou não ser funcionário do PCS Lab Saleme na época das provas e disse que ficou surpreso ao ver seu nome e o de outras pessoas nos laudos das provas. Segundo o ex-funcionário, durante sua gestão como coordenador sempre exigiu controle de qualidade nos equipamentos
- Jaqueline Iris Bacellar de Assis
Presa na última terça-feira (15), Jaqueline é a técnica de laboratório acusada de assinar laudos errados de exames de HIV que levaram à infecção de pacientes. Bacellar afirmou em depoimento que foi o próprio Walter Vieira, dono do laboratório, quem deu a ordem para todos os setores economizarem nos custos.
A defesa de Jaqueline publicou em nota que ela foi vítima do laboratório e que documentos, mensagens e relatórios contendo seu nome foram “falsificados”. Segundo a defesa, sua função era apenas administrativa e ela nunca se apresentou como médica biomédica.
Walter é sócio de laboratório e ginecologista. Ele foi preso na manhã do dia 14 e é suspeito de ter assinado os laudos com falso negativo. Vieira e seu filho, Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, também sócio do laboratório, são tio e primo do ex-secretário de Saúde e deputado federal Doutor Luizinho (PP-RJ). Em nota, a defesa de Walter e Matheus destacou que repudia a suposta existência de esquema criminoso.
- Ivanilson Fernandes dos Santos
Ivanilson foi o primeiro a ser preso, junto com Walter, sócio do laboratório, seria um dos responsáveis técnicos pelos laudos fraudulentos. Ele foi preso vestindo roupa de enfermagem e, ao ser questionado pela imprensa sobre os crimes, apenas riu. Santos foi contratado para fazer as análises clínicas do material que chegava da Central Estadual de Transplantes.
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