Em 2023, foram registrados 3.981 casos de violência contra médicos durante o trabalho, seja em ambiente hospitalar público ou privado. Ou seja, no ano passado foram registadas 11 situações de violência por dia, cerca de dois incidentes por hora. Os dados são do levantamento histórico feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), divulgado nesta terça-feira (22/10).
O CFM contabilizou Boletins de Ocorrência (BO) registrados nas Delegacias de Polícia Civil de todos os estados e do Distrito Federal durante os anos de 2013 e 2024. Nesse período, foram registrados 38 mil Boletins de Ocorrência, sendo 47% dos registros contra médicos. Segundo a entidade, no ano passado foi registrada a maior quantidade da série histórica. Os resultados dos dados deste ano serão divulgados em 2025, pois os dados de 2024 são parciais.
Entre os tipos de violência registrados estão: injúria, desacato, lesão corporal, difamação, entre outros crimes. A pesquisa também traçou o perfil dos perpetradores de atos violentos. A maioria deles são pacientes, familiares e estranhos. Também são raras as situações de violência praticadas por colegas de trabalho, como enfermeiros, técnicos, servidores e demais profissionais de saúde.
Para o Segundo Secretário Estevam Rivello Alves, Diretor de Comunicação do CFM, os resultados indicam que essa violência atinge também outros profissionais de saúde. “São dados coletados tanto de serviços privados quanto públicos do país. Nesse sentido, coordenaremos ações com outros Conselhos em busca de medidas concretas, como leis mais rígidas que punam o infrator”, destacou Alves, durante entrevista coletiva.
Os estados mais violentos
São Paulo, que abriga a maior parte dos prontuários do Brasil (26% do total), foi responsável por quase metade dos casos de violência registrados, em números absolutos. Foram 18 mil dos 38 mil casos notificados. Segundo os dados, 8,4 mil casos de violência ocorreram dentro de hospitais (pronto-socorro, UTI e UTI, centro cirúrgico, consultório). Isso representa 45% dos ataques.
No caso da média de boletins de ocorrência registrados entre 2013 e 2023, observa-se que Amapá, Roraima e Amazonas são os estados brasileiros que apresentam o maior número de ocorrências de violência contra médicos, considerando o total de profissionais cadastrados. Segundo dados do Conselho Federal de Medicina, para cada mil médicos no Amapá, ocorreram 39 ocorrências de violência. Em Roraima, essa taxa foi de 26 notificações para cada mil profissionais, enquanto no Amazonas foram identificadas 24 ocorrências.
O estado do Rio Grande do Norte não conseguiu enviar as informações solicitadas no prazo, enquanto o Acre declarou não possuir os dados em sua base de dados. No caso dos estados de Mato Grosso e Paraná, informações sobre violência em hospitais e clínicas médicas abrangem todas as profissões. Nesse sentido, o CFM fez uma estimativa mínima de 10% que ficaria restrita apenas aos médicos. Análise semelhante foi realizada em relação ao Rio de Janeiro, onde parte significativa dos incidentes não especificava a profissão das vítimas, marcando-as como “ignoradas”; Além disso, o Rio Grande do Sul apenas forneceu dados sobre a violência dirigida aos médicos, sem indicar o local dos incidentes.
Você gostou do artigo? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:

Dê sua opinião! O Correio tem espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores através do e-mail sredat.df@dabr.com.br
ra soluções financeiras
blue cartao
empresa de crédito consignado
download picpay
brx br
whatsapp bleu
cartão consignado pan como funciona
simulador crédito consignado
como funciona o cartão consignado pan
ajuda picpay.com