Um caça F-5 da Força Aérea Brasileira (FAB) enfrentou problemas mecânicos durante voo de treinamento e caiu ontem em Parnamirim, região metropolitana de Natal. O piloto conseguiu ejetar e foi resgatado sem ferimentos. Pessoas que estavam próximas ao local do acidente registraram o momento em que o avião colidiu com o solo, provocando uma enorme explosão seguida de muita fumaça.
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, disse em entrevista à CNN Brasil que o piloto “foi habilidoso” ao conseguir desviar o caça de áreas residenciais “mesmo com fogo já no avião”. O soldado, cuja identidade não foi revelada, foi resgatado pela Brigada de Resgate e levado ao Hospital da Base Aérea de Natal para novos exames.
O F-5 apresentou problemas no motor logo após a decolagem, segundo relatos, com vídeos mostrando chamas saindo da turbina. O Corpo de Bombeiros informou que a explosão do avião provocou um incêndio na mata onde a aeronave caiu, na comunidade de Pium, e que duas equipes foram chamadas para combater as chamas.
Em nota, a FAB informou que o Centro de Pesquisa e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) investigará o caso para identificar possíveis fatores que possam impedir que acidentes semelhantes voltem a acontecer.
exercício de guerra
O tráfego de aeronaves militares sobre a capital gaúcha aumentou nos últimos dias. A Base Aérea de Natal sediará, entre os dias 3 e 15 de novembro, o Cruzex — Exercício Cruzeiro do Sul —, grande treinamento com Forças Aéreas de diversos países, organizado pela FAB desde 2002. O avião caído participaria das operações.
A Cruzex reunirá mais de 2 mil militares de 16 países e mobilizará 100 aeronaves de combate e apoio a tropas brasileiras e estrangeiras. É o maior exercício militar multinacional da América Latina e estão previstas mais de 1.500 horas de voo para o evento. Participarão — além do Brasil — Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Equador, França, Alemanha, Itália, Paraguai, Peru, Portugal, África do Sul, Suécia, Uruguai e Estados Unidos. Esta será a primeira participação de Portugal e Paraguai.
O caça acidentado é o F-5 Tiger II, fabricado nos Estados Unidos e um dos mais antigos do esquadrão da FAB. O avião chegou ao Brasil em 1976 para substituir os modelos F-80 Shooting Star e T-33 Thunderbird. Em 2000, a FAB desenvolveu um projeto de atualização da aeronave — o F-5BR — para incluir novo sistema de radar, mísseis, telas multifuncionais coloridas e capacete com display integrado.
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