Darcy Ribeiro é inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria

O nome do antropólogo, escritor e educador Darcy Ribeiro foi inscrito no Livro dos Heróis da Pátria. O decreto foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicado em Diário Oficial da União (DOU) nesta terça-feira (13/11).

Darcy Ribeiro nasceu em Montes Claros (MG), em 26 de outubro de 1922, e faleceu em Brasília, aos 75 anos, em 17 de fevereiro de 1997.

Seus primeiros anos profissionais (1947-56) foram dedicados ao estudo dos índios de diversas tribos brasileiras e escreveu uma vasta obra etnográfica e de defesa da causa indígena. Darcy é o fundador do Museu do Índio no Rio de Janeiro, em 1953, e ajudou na criação do Parque Indígena do Xingu. Além disso, foi professor de Etnologia na Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil (1955-56).

Diretor de Estudos Sociais do Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais do MEC (1957-61) e presidente da Associação Brasileira de Antropologia, participou — junto com Anísio Teixeira — da defesa das escolas públicas por ocasião da discussão da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LBD).

Antes da implantação da ditadura militar em 1964, Darcy Ribeiro desempenhou papel ativo no governo de João Goulart, defendendo a ala esquerda da política e ocupando, durante vários anos, os cargos de Ministro da Educação e Ministro-Chefe da Casa Civil, onde contribuiu para a implementação de reformas sociais.

Fundou a Universidade de Brasília (UnB), onde foi o primeiro reitor. O campus principal da universidade leva o nome de Darcy. “A UnB foi organizada como uma fundação, com o objetivo de libertá-la da opressão que o burocratismo ministerial exerce sobre as universidades federais. Ela deveria governar-se, de forma livre e responsável, não como uma empresa, mas como um serviço público e autônomo”, disse Darcy em páginas do livro “UnB: Invenção e descaminho”.

Leia também: Lula homenageia o educador Darcy Ribeiro: “Um brasileiro extraordinário”

Após o golpe, o antropólogo teve seus direitos políticos anulados e foi forçado ao exílio, viajando para diversos países latino-americanos, como Chile, Peru e Uruguai. Durante sua estada nessas nações, Ribeiro produziu obras literárias em forma de romances, além de textos que abordam a história dos povos latino-americanos, além de ensaios intelectuais e análises sociais. Também atuou como pesquisador, professor e reformador em nível universitário. Em 1976, retornou ao Brasil e foi anistiado em 1980.

Ribeiro também entrou na política. Em 1982, foi eleito vice-governador do Rio de Janeiro ao lado de Leonel Brizola. Posteriormente, em 1990, foi eleito senador. Além disso, desde 1992 é membro da Academia Brasileira de Letras.

Acompanhe o canal Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular

Em 1996, o antropólogo criou a Fundação Darcy Ribeiro, em Copacabana, Rio de Janeiro. Organização sem fins lucrativos que tem como objetivo preservar as obras acadêmicas e literárias do criador. A fundação possui atualmente uma filial em Brasília, na UnB.