Uma operação contra o grupo carioca de narcotráfico Terceiro Comando Puro (TCP), que se infiltrou em Belo Horizonte, é realizada na manhã desta quarta-feira (26/11). Coordenada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a ação cumpre 106 mandados de prisão, busca, apreensão pessoal e domiciliar em Minas, nas cidades de Belo Horizonte e Contagem, além do Rio de Janeiro, Foz do Iguaçu (PR) , Praia Grande, Ribeirão Preto, São Bernardo do Campo, em São Paulo, Paranaíba (MS), Sinop (MT) e Britânia (GO).
Também são cumpridas ordens judiciais de apreensão de bens imóveis, veículos e valores, bem como de suspensão das atividades da empresa. Os mandados são cumpridos por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) e da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG).
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Participam da operação nove procuradores, três delegados da Polícia Civil, 100 policiais civis, 80 policiais militares, dois policiais criminais e funcionários administrativos da PCMG, além de cães dos canis da PCMG e da PMMG e helicópteros das duas corporações, que atendem na execução de mandados.
A operação
As ordens de sequestro judicial totalizam cerca de R$ 345 milhões em contas bancárias, aplicações financeiras, títulos de capitalização, cadernetas de poupança, investimentos, ações e quotas de capital dos investigados e de suas pessoas jurídicas.
A investigação já dura dois anos e é realizada pelo Grupo de Combate às Organizações Criminosas da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), pelo Grupo de Combate às Organizações Criminosas da Polícia Militar (PMMG) e por agentes de inteligência da Polícia Federal. Polícia Rodoviária (PRF), todos em colaboração com o Gaeco do MPMG.
As investigações apontaram o funcionamento de uma organização criminosa ligada ao Terceiro Comando Puro (TPC), instalada na região da Cabana do Pai Tomás, em BH. O grupo atua não só naquela região, mas também em outras áreas do estado, praticando tráfico de drogas, além de lavagem de dinheiro e posse e porte ilegal de armas de fogo.
Durante esses dois anos, os investigadores mapearam as atividades de diversos integrantes da organização criminosa, cada um com uma atribuição específica, incluindo não apenas atividades criminosas típicas, mas também o fornecimento de sinal de internet, ações assistenciais e apoio jurídico voltados ao controle e promoção de atividades criminosas. organizações em território mineiro.
Foi detectada uma complexa rede de lavagem de dinheiro, principalmente tráfico de drogas, na qual pessoas físicas e jurídicas de diversos estados participavam do fluxo de dinheiro ilícito.
História da facção
O Terceiro Comando Puro (TCP) é uma organização criminosa do Rio de Janeiro que surgiu de uma dissidência do extinto Terceiro Comando, liderado pelos traficantes de drogas Facão e Robinho Pinga. Atualmente, é a segunda maior facção do Rio. A facção continua suas atividades contra o Comando Vermelho fora do Rio, no Amazonas, Ceará, Bahia e Vitória.
O Terceiro Comando, que deu origem ao TCP, foi uma organização atuante nas décadas de 1980 e 1990. Os dirigentes da época eram os criminosos Zacarias Gonçalves, Zaca Jorge Zambi, Pianinho, Pitoco da Vila Aliança, Robertinho de Lucas, Adilson Balbino, entre outros.
Em 1998, o Terceiro Comando (TC) aliou-se à recém-criada facção Amigos dos Amigos (ADA), ampliando seus domínios. Em 2002, a facção surgiu de uma dissidência do TC, passando a coexistir com este e com a ADA.
No dia 11 de setembro de 2002, Luiz Fernando da Costa, conhecido como “Fernandinho Beira-Mar”, liderou uma revolta no presídio de Bangu 1, matando alguns rivais, entre eles Uê, que era um dos dirigentes do TC e da ADA, e também Celsinho da Vila Vintém, da ADA.
O Beira-Mar acusou-os de traição, o que levou à ruptura com a ADA. Isso fez com que os traficantes de TC mudassem para o TCP, criado naquela época.
Após a morte de Robinho, no final de 2007, o primeiro homem na hierarquia do Senador Camará foi o traficante Márcio José Sabino, mais conhecido como Matemático, que assumiu o controle de seus pontos de venda de drogas até ser morto em uma emboscada. policial em maio de 2012.
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