O governo federal anunciou, nesta sexta-feira (29), um conjunto de ações com o objetivo de valorizar a história e a cultura afro-brasileira, gerar emprego e renda para a população negra em geral e promover o respeito à liberdade religiosa no país.
Entre as medidas anunciadas nesta sexta-feira (29), está a desapropriação de terras na Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraíba, Piauí, Paraná e São Paulo. Segundo o Palácio do Planalto, os decretos de Declaração de Interesse Social dos Quilombos, assinados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, beneficiarão 1.123 famílias e cerca de 4 mil quilombolas de 15 territórios.
A titulação desses territórios quilombolas é o primeiro passo para garantir a autonomia e a proteção das comunidades, promovendo a preservação de suas tradições culturais. Segundo o governo federal, o conjunto de áreas desapropriadas para titulação de territórios quilombolas é o maior desde 2008, quando Lula, em seu segundo mandato, entregou 30 áreas.
Realizada no último dia útil do mês em que se comemora o Dia Nacional do Zumbi e da Consciência Negra (20 de novembro), a cerimônia de assinatura do decreto contou com a presença dos ministros da Igualdade Racial, Anielle Franco, e da Saúde, Nísia Trindade, e da ministra de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira.
“Uma alegria começar o sábado renovado com os 15 decretos de interesse social aos quilombos assinados ontem pelo presidente Lula. Entre eles, o Quilombo Pitanga de Palmares, em Simões Filho (BA) e Candeias (BA), onde esteve a líder quilombola Mãe Bernadette assassinada no ano passado”, comentou Anielle, hoje (30), em suas redes sociais.
Líder quilombola, yalorixá e ex-secretária de Promoção da Igualdade Racial de Simões Filho, Maria Bernadete Pacífico, a Mãe Bernadete, foi morta a tiros por criminosos que invadiram a comunidade e levaram ela e seus familiares como reféns, em agosto de 2023. Seis anos antes, Mãe O filho de Bernadete, Binho do Quilombo, já havia sido morto a tiros no município. Em agosto do ano passado, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) reconheceu a delimitação do território quilombola.
Além de Pitanga de Palmares, foram beneficiados pelos decretos presidenciais os seguintes quilombos: Vicentes, em Xique-Xique (BA), onde residem 29 famílias quilombolas; Iúna, em Lençóis (BA) (39 famílias); Jetimana e Boa Vista, em Camamu (BA) (61 famílias); Depósito, em Brejo (MA) (13 famílias); Marobá dos Teixeira, em Almenara (MG) (79 famílias); Lagoa Grande, em Jenipapo de Minas, Novo Cruzeiro e Araçuaí (MG) (29 famílias); Pitombeira, em Várzea (PB) (91 famílias); Macacos, em São Miguel do Tapuio (PI) (50 famílias); João Surá, em Adrianópolis (PR) (34 famílias); Sacopã, no Rio de Janeiro (RJ) (nove famílias); São Benedito, em São Fidélis (RJ) (60 famílias); São Pedro, em Eldorado e Iporanga (SP) (40 famílias); Galvão, em Eldorado e Iporanga (SP) (29 famílias) e Porto Velho, em Itaóca e Iporanga (SP) (24 famílias).
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