O massacre de Paraisópolis, em que nove jovens morreram durante uma operação policial no Baile da DZ7, na zona sul de São Paulo, completou cinco anos no último domingo (12/01). Apesar do tempo, nenhuma sentença foi definida para os policiais envolvidos e os familiares das vítimas continuam exigindo justiça e denunciando a perpetuação da violência policial.
Para marcar a data, familiares e apoiadores realizaram um evento em frente ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Com faixas e cartazes, os manifestantes clamaram pela paz e exigiram responsabilidade não só dos policiais que atuaram diretamente, mas também de seus superiores. Entre as mensagens exibidas, frases como: “A Lei existe para que a justiça seja feita” e “não foi ajuda” contestaram a versão da Polícia Militar, que afirma ter sido chamada para prestar atendimento no ocorrido de 2019.
Além do protesto, foi lançado um site dedicado à memória do caso. A plataforma reúne cronologia detalhada do episódio, central de denúncias e reportagens que tratam da violência policial e da criminalização do funk, apontado como fator de estigmatização de jovens de periferia.
Cristina Quirino, mãe de Denys Henrique Quirino, uma das vítimas, se emocionou ao falar durante o ocorrido. “Não é só quem puxa o gatilho, quem joga o gás lacrimogêneo, quem executa. Quem manda também deve ser punido”, afirmou, referindo-se à responsabilidade de governadores e superiores hierárquicos por atos praticados por agentes de segurança pública.
Cristina destacou ainda a presença de mães de vítimas de outros episódios de violência policial para mostrar que a luta vai além de Paraisópolis. “Os governadores não são punidos”, disse, referindo-se ao então chefe do Executivo paulista, João Doria, que, na época do massacre, se recusou a recuar em sua postura dura em relação ao crime.
A narrativa oficial da PM aponta que as mortes ocorreram devido a debandada e atropelamento durante a dispersão do partido. Contudo, investigações e relatórios apresentados nos últimos anos refutam esta versão. A biomédica Ana Paula de Souza Velloso, do Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (Caaf) da Unifesp, apresentou evidências científicas de que as vítimas morreram por asfixia mecânica, indicando que foram encurraladas pela polícia em um beco.
A Defensoria Pública de São Paulo reforçou essa tese em um relatório de 187 páginas, que incluiu análise de imagens e conversas policiais no momento da ação. Segundo o documento, a conduta dos agentes foi decisiva para as mortes.
Dos 13 policiais indiciados, 12 são acusados de homicídio e um de expor jovens a riscos ao lançar explosivos contra a multidão. No entanto, o processo avança lentamente. A primeira audiência probatória só ocorreu em julho de 2023, quase quatro anos após o massacre.
*Estagiário sob supervisão de Renato Souza
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