Paulo é filho de um amigo meu, comandante da Latam. No Dia dos Pais de 2019, ocorreu um acontecimento histórico na cabine do voo Porto Alegre-São Paulo-Brasília-Salvador, ida e volta, pilotagem de pai e filho. Paulo como co-piloto do pai, uma homenagem da escala, comemorando, com os passageiros, o dia festivo.
Paulo é um dos muitos pilotos que deixaram a Força Aérea Brasileira (FAB). Ele servia como capitão de aviação na Base Aérea de Natal quando pediu para sair, atraído por melhores oportunidades fora do serviço público. Depois dele, saiu outro capitão da mesma classe, piloto de caça, chamado pela Boeing. Como ele, seis pilotos de caça, treinados com custos altíssimos. Eles perderam a motivação e deixaram a FAB, indo para a Latam, segundo relatos.
O CNN fez uma pesquisa e constatou que a evasão está aumentando nas três Forças e não apenas entre os pilotos de caça. Fuzileiros navais, médicos e engenheiros navais deixaram a Marinha. O Exército teve 346 pedidos de dispensa no ano passado e, neste ano, deve haver mais.
Nos últimos 10 anos, o Exército e a Marinha perderam mais de 5 mil militares altamente preparados, com cursos acadêmicos e especialidades, todos financiados por impostos públicos. O salário é pouco e eles vão em busca de salários compensadores.
Além disso, não recebem horas extras, nem remuneração noturna, periculosidade ou insalubridade. Mais do que isso, juram dar a vida pela defesa da Pátria. Uma atividade que não envolve idosos, mas o governo quer aumentar a idade da reforma. A defesa da pátria depende de vocação, motivação e força física —mas muitos se consideram futuros burocratas e desistem.
Na semana passada, aconteceu em Brasília uma gigantesca exposição da base industrial de defesa. Fui ver e descobri — eu, jornalista — que estava desinformado sobre a força de um setor com tecnologia de ponta. Imagine que duas empresas brasileiras estejam criando um míssil hipersônico, uma delas o Rato 14-X, oito vezes a velocidade do som, como aquele com que Vladimir Putin ameaça a Ucrânia; um radar que cobre todas as 200 milhas do nosso mar territorial, acompanhando a curvatura da Terra; outro que não pode ser destruído porque não é detectável; radares meteorológicos, equipamentos de controle de tráfego aéreo; aviões, no Rio Grande do Sul, que gastam menos combustível no voo Porto Alegre-Brasília do que um carro; drones e veículos aéreos não tripulados, armas portáteis respeitadas nos Estados Unidos; rifles competindo para abastecer um dos maiores exércitos do mundo; pesquisa nuclear no país com imensas reservas de urânio e metais pesados; simuladores de submarinos, aviões e artilharia; veículos blindados de classe mundial; protetores de céu que podem formar cúpulas sobre estádios ou prisões; além de equipamentos policiais, como escudos, algemas, viseiras noturnas; criptografia, detecção e comunicações; uniformes inteligentes que detectam desidratação, desequilíbrios corporais, temperatura corporal elevada e liberam assepsia de feridas; e equipamentos médicos, que vão de torniquetes a cadeiras odontológicas, como as que o exército dos Estados Unidos comprou — e estou esquecendo muito mais, inclusive o que está sendo usado para dissuadir Nicolás Maduro de entrar em nosso território caso tente invadir a Guiana .
Tudo isto ajuda os países a garantir a sua soberania e as vidas e bens dos seus cidadãos e empresas. Ironicamente, o país onde tudo isto é produzido, com grandes avanços tecnológicos, carece de meios para adquiri-los para as suas próprias forças e dissuadir as pressões. E pelas nossas fronteiras entra um inimigo e leva a guerra às nossas grandes cidades, com armas e drogas. Nossas Forças Armadas têm cada vez menos recursos para adquirir meios dissuasivos para que respeitem nosso país e nossas Amazonas – verdes e azuis – bem como nossa fronteira. E além disso, perdem soldados valiosos.
Também perdemos cérebros que procurarão melhores oportunidades nos EUA. Além disso, o que é válido para dissuadir possíveis agressores de nossa pátria também é válido para dissuadir aqueles que pretendem nos assaltar nas ruas, nas casas e nas empresas. Com a ampla defesa nacional – Forças Armadas e polícias – enfraquecida, não temos uma paz que garanta o trabalho que gera progresso e bem-estar.
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