nova movimentação de rejeitos de mina assusta moradores

Nova movimentação na pilha de rejeitos da mina Turmalina assustou moradores da comunidade de Casquilho de Cima, em Conceição do Pará, no Centro-Oeste de Minas Gerais, na tarde desta quarta-feira (12/11). Segundo a Defesa Civil municipal, uma área de aproximadamente 500 m² foi destacada do topo da estrutura e “acomodada” em sua base. Não há registro de feridos ou de novas casas atingidas.

A comunidade está em alerta desde sábado (12/07), quando houve o desabamento parcial de uma pilha de rejeitos de minas. Cinco casas foram soterradas e outras 109 fechadas na comunidade. Imagens tiradas por moradores nesta quarta mostram um novo deslizamento de parte dos resíduos sólidos.

Para o Estado de MinasBruno Ricardo Alves de Lacerda, integrante da Defesa Civil de Conceição do Pará, informou que a movimentação desta tarde não teve impacto na pilha de terra e lixo movimentada no fim de semana. Segundo ele, já estavam previstos deslizamentos menores.

Segundo capitão Thales Gustavo de Oliveira Costa, do Corpo de Bombeiros, as fortes chuvas que atingem a região no final da tarde desta quarta podem provocar novos deslizamentos de terra na pilha de resíduos. Em áudio compartilhado com a imprensa, os militares afirmaram que a comunidade anteriormente afetada continua fechada.

“É importante destacar que, neste momento, vivemos um tempo chuvoso. Estamos trabalhando com a possibilidade de novos deslizamentos. De acordo com a empresa [mineradora Jaguar]toda a pilha está em movimento e existe, sim, a possibilidade de novos deslizamentos. Reforçamos a informação às populações da aldeia de Castilho de Cima de que a região continua isolada e não devem regressar às suas casas até que sejam restabelecidas as condições normais”, disse o capitão.

Questionada pela reportagem, a Jaguar Mining Inc., mineradora responsável por Turmalina, informou que o movimento foi captado por georadares instalados na área da mina. Segundo a empresa, o equipamento emitiu alerta e as atividades de contenção foram interrompidas por questões de segurança. Para esclarecer quaisquer dúvidas sobre o deslizamento, a mineradora disponibilizou um telefone. Contatos podem ser feitos pelo telefone 0800 942 0312, ou pelo e-mail casquilho@jaguarmining.com.br.

Impactos

Os moradores de rua foram levados para hotéis de cidades vizinhas, como Pitangui, Nova Serrana e Pará de Minas. Algumas famílias, porém, optaram por buscar abrigo na casa de parentes. A Defesa Civil informou que não tem o número exato de deslocados.

Imagens aéreas registradas por um cinegrafista local e compartilhadas com o Estado de Minas mostram a extensão dos danos na região: ruas soterradas pelo lixo e casas totalmente destruídas. Nos registros é possível perceber que há movimento de terra próximo às casas e observar a destruição causada nas casas atingidas pelos rejeitos da mineração.

Para tentar conter novos desastres, barreiras de contenção estão sendo erguidas pela mineradora Jaguar, responsável pela mina. O monitoramento contínuo combina tecnologias da empresa, como radares, com imagens captadas por bombeiros por meio de drones na tentativa de prever novos deslizamentos.

Ainda não há previsão de retorno dos moradores às suas casas nem é certo que será possível voltar a ocupá-las. “Reforçamos o pedido para que as pessoas preservem a segurança, que é o mais importante, e aguardem um pronunciamento oficial até que a situação se normalize novamente”, alerta o capitão Thales Gustavo.