Novo conjunto de dados do Censo 2022, os resultados preliminares das Características dos Domicílios, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (12/12) mostraram que um em cada cinco brasileiros, 20,9%, vive de aluguel. O índice apresentou crescimento em relação ao Censo 2010, quando 16,4% da população residia em imóveis alugados.
A tendência ascendente das rendas iniciou-se entre 2000 e 2010, após um período de queda entre 1980 e 2000.
Por outro lado, reduziu o número de pessoas que moram em imóveis próprios de moradores. O percentual é de 72,7%, queda em relação a 2010, 75,2%, que, por sua vez, é inferior ao observado em 2000, 76,8%. A curva do indicador segue tendência oposta à das rendas, tendo crescido de 1980 a 2000 e diminuindo desde então.
A pesquisa apontou ainda que, dos 72,7% que moram em casa própria, 9,1% continuam pagando o imóvel. Em Valparaíso de Goiás (GO), o índice atingiu 41,4%. O município, assim como outras cidades que tiveram percentual elevado em relação à média nacional, foi marcado por grandes projetos do Programa Minha Casa Minha Vida.
O Centro-Oeste é a região com, proporcionalmente, mais pessoas morando de aluguel, 26,7%, e menos pessoas morando em casa própria, 65%. Entre os 65%, 13,3% ainda não quitaram o imóvel, o que ainda representa o maior percentual de moradores que estão pagando a casa própria. A região Norte é o local com maior percentual de população em imóveis próprios, 77,7%, e o menor em imóveis alugados, 14,59%.
A região Centro-Oeste também apresenta o maior percentual de pessoas com moradia cedida ou emprestada, 7,4%. A média nacional é de 5,6%.
Segundo o Censo, 53,9% dos imóveis são ocupados por dois moradores e 35,1% por apenas um morador. As modalidades de moradia unipessoal e monoparental (maioria feminina) foram as que mais apareceram nos apartamentos alugados.
Os dados incluem apenas Domicílios Privados Permanentes Ocupados (DPPOs). Não foram incluídos moradores de imóveis coletivos e improvisados, bem como de imóveis vagos ou de uso ocasional.
Tecnologia
O Censo também indicou que 89,4% da população vivia em domicílios com acesso à internet. O Distrito Federal foi a unidade da federação que apresentou a maior média com 96,2%, enquanto o Acre teve a menor, 75,2%. Embora nenhum município brasileiro tenha alcançado 100% da população em moradia com acesso, 195 ultrapassaram a marca de 95%.
A ausência de internet em casa foi maior entre os indígenas, 44,5%, e menor entre os brancos, 7,5%. Balneário Camboriú (SC) teve a maior conectividade, 97,3%, enquanto Breves (PA) teve a menor, 51,1%.
Não é possível fazer uma série histórica dos dados, já que o Censo Demográfico 2022 foi o primeiro a analisar o número de pessoas com acesso à internet no Brasil.
Dados preliminares também indicaram que 68,1% das pessoas moram em residências com máquina de lavar. O número destacou as desigualdades regionais. Enquanto no Sul 89,8% dos moradores residiam em imóveis com eletrodomésticos, no Nordeste o número era de 37,1% no Nordeste.
A maior média entre os municípios com mais de 100 mil habitantes foi registrada em São Caetano do Sul (SP), com 97,6%. Enquanto Codó (MA), apresentou apenas 17,8%.
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