Um amplo estudo sobre os hábitos e comportamentos dos motociclistas no Brasil fornece dados preocupantes sobre acidentes envolvendo motocicletas. Encomendada pela Fundación Mapfre, da Espanha, ao Instituto Brasileiro de Segurança no Trânsito (IST), a pesquisa — com 1.211 condutores de motocicletas de até 300 cilindradas — constatou que 53,2% dos entrevistados relataram ter se envolvido, pelo menos uma vez, em acidentes de trânsito. No total, 57% dos homens relataram ter sido feridos em acidentes, em comparação com apenas 33,8% das mulheres. Como principal justificativa, 78,3% dos homens e 80,5% das mulheres afirmam não considerar as estradas seguras para andar de motocicleta.
Esse resultado se reflete nos números de indenizações pagas pelo Seguro Obrigatório de Proteção às Vítimas de Acidentes de Trânsito (DPVAT). Segundo a pesquisa, em 2020, 79% de todos os pagamentos de indenizações foram relacionados a acidentes de motocicleta — praticamente oito em cada dez. Nos casos de indenização por morte, mais da metade (51,9%) foram direcionados a familiares de motociclistas. “Esta estatística destaca as consequências devastadoras dos acidentes de motocicleta e o efeito cascata nas famílias deixadas para trás”, avalia o relatório.
Relativamente à indemnização por invalidez permanente, 83,5% dos beneficiários eram motociclistas, um “número impressionante que aponta para a gravidade das lesões dos motociclistas e o seu impacto a longo prazo nas suas vidas”. Em 2022, das 35 mil mortes no trânsito brasileiro (incluindo pedestres), 12 mil foram motociclistas.
“Desde 2000, o risco de mortes relacionadas a motocicletas no Brasil vem aumentando, superando outras categorias de mortes no trânsito. Essa tendência alarmante pode ser atribuída a dois fatores principais: o crescimento acelerado da frota de motocicletas e a falta de políticas adequadas para lidar com as preocupações de segurança dos usuários de veículos de duas rodas”, avalia o estudo. Segundo dados do Ministério dos Transportes, o Brasil tinha, em 2000, cerca de 4 milhões de motocicletas cadastradas. Este ano, a frota motorizada de duas rodas atingirá cerca de 35 milhões de veículos.
Outro dado assustador revelado pela pesquisa é que, de cada dez pessoas que ficam permanentemente incapacitadas em decorrência de acidentes de trânsito, oito são motociclistas, o que “destaca o impacto devastador dos acidentes motociclísticos não só em termos de mortalidade, mas também, no que diz respeito à qualidade de vida de quem sobrevive a acidentes”.
Cavalgando cedo
O inquérito constatou que, apesar da grande maioria dos inquiridos declarar possuir Carta Nacional de Condução de Categoria A (88,2%), um em cada cinco condutores começou a conduzir moto antes dos 18 anos, idade mínima legal para conduzir veículos. no brasil. “Grande parte dos motociclistas, tanto homens quanto mulheres, não dirigiu antes de obter a CNH-A. Entre os homens, a proporção é de 41,2%, enquanto entre as mulheres essa proporção é maior, com 48,8% afirmando que não dirigiu antes de obter a CNH-A. licença.”
A maioria utiliza a motocicleta diariamente (67,8%), enquanto 22% a utilizam algumas vezes por semana. Os chamados condutores de fim-de-semana”, que declararam conduzir “algumas vezes por mês”, representam 5,6% dos entrevistados. A grande maioria dos entrevistados (70%) afirmou não utilizar o veículo para trabalhar, comparativamente até 30% que dependem da motocicleta para obter renda.
Para os investigadores, o que se pode concluir da análise destes números é a necessidade urgente de o país implementar políticas públicas “focadas na formação de motociclistas, com programas de educação e formação adequados”, para reduzir as taxas de mortalidade e lesões graves. Ele ressalta ainda que é preciso investir em infraestrutura, “principalmente na melhoria das condições das estradas para os motociclistas”.
O combate à direção sem carteira de habilitação não deveria, para os estudiosos que avaliaram a pesquisa, ter precedência sobre a formação de pilotos. “Antes de promover uma fiscalização severa e intensa com ênfase no combate à condução sem habilitação, é fundamental estudar os motivos dessa prática e as soluções para o problema. Na formação de habilitação voltada para motociclistas, o foco deve ser colocado no cumprimento das normas de segurança . segurança e pilotagem defensiva”, conclui o relatório.
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