Rio de Janeiro – Chatô e os Diários Associados – 100 anos de uma paixão, musical comemorativo do centenário do conglomerado de comunicação criado por Assis Chateaubriand, com estreia em março de 2025. Mas já mostrou que promete emocionar o público, além de retratar um dos períodos mais marcantes da cultura brasileira.
Na última segunda-feira, foi apresentado um resumo do que está por vir em formato pocket show para convidados, que lotaram o Teatro Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. Foi uma demonstração da trajetória vitoriosa de Assis Chateaubriand, não só fundador dos Diários Associados, mas também um dos grandes incentivadores da cultura nacional.
Escrita por Fernando Morais e Eduardo Bakr, a história começa quando Fabiano (Cláudio Lins), jornalista e YouTuber desempregado, tenta salvar o busto de Assis Chateaubriand, o Chatô, de mais um ataque de vândalos que, de vez em quando, tomam a caneta do empresário. A estátua está localizada na Praça da Independência, no Recife, em frente à antiga sede do Diário de Pernambuco, uma das empresas dirigidas por Chateaubriand no século passado.
Fabiano não tem sucesso em sua empreitada. Os ladrões fogem. Mas Chatô, interpretado pelo ator Stepan Nercessian, ganha vida. Ele agradece o gesto e convida o menino a escrever sua história, revelando seus segredos, numa viagem no tempo costurada por lindas canções brasileiras. O espetáculo tem coreografia de Carlinhos de Jesus e direção musical de Guto Graça Mello.
O presidente dos Diários Associados, Josemar Gimenez de Resende, afirma que o espetáculo tem importância histórica pela comemoração do centenário do grupo e, sobretudo, pela seção que apresenta, destacando a contribuição de Chateaubriand para a música brasileira.
“A adaptação de Fernando Morais e do dramaturgo Eduardo Bakr, com direção de Tadeu Aguiar, coreografia de Carlinhos de Jesus e direção musical de Guto Graça Mello, nomes importantes do teatro brasileiro, vai emocionar o público”, garantiu.
Presidente de Correio BrazilienseJornal fundado por Chatô na inauguração de Brasília, Guilherme Machado destacou a relevância do legado do empresário. “Após completar 100 anos, os Diários Associados renovam seu compromisso em favor de um país que tenha maior acesso à cultura e à informação”, afirmou. “Estamos ansiosos pela estreia do espetáculo em Brasília”, completou.
O musical estreia no dia 27 de março no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro. Depois sai em turnê por São Paulo, Brasília e Belo Horizonte.
Autor da biografia Chatô: o rei do Brasil, o escritor e jornalista Fernando Morais foi um dos presentes no pocket show. Ele gostou do que viu na cena. “Imagine: eu, com quase 80 anos, com seis livros transformados em filmes, pela primeira vez na vida, vejo uma obra sendo adaptada com essa riqueza, esse sabor, para um musical”, disse. “Nunca me passou pela cabeça contribuir, como autora, como escritora, para algo tão bonito como isto. Confesso que foi uma grande surpresa”, admitiu.
Décio Freire, presidente do Conselho Consultivo dos Diários Associados, também elogiou a produção. “É um grande espetáculo que demonstra, com talento, humor e arranjo exuberante, a importância da história do grupo criado por Assis Chateaubriand, o maior grupo de comunicação do século XX.”
Diretor do musical, Tadeu Aguiar optou por fazer um corte, destacando a paixão de Chateaubriand pela comunicação. “Se incluíssemos todos os aspectos, seriam seis horas de musical, pelo menos”, explicou, elogiando Fernando Morais e Eduardo Bakr.
“Muito satisfeito”
Entre outros convidados, o escritor Fernando Morais esteve presente na prévia do espetáculo apresentado no Copacabana Palace; o ex-senador e ex-ministro da Justiça e Agricultura Bernardo Cabral; e o professor Mateus, vice-governador de Minas Gerais. Entre os Associados, o presidente do grupo, Josemar Gimenez de Resende, participou do pocket show; o vice-presidente, Camilo Teixeira da Costa Filho; o condômino Maurício Dinepi; o vice-presidente executivo do Correio Braziliense, Leonardo Moisés; o vice-presidente comercial do Estado de Minas, Mário Neves.
As atrizes Nathalia Dill e Lucinha Lins também marcaram presença no evento. Após os calorosos aplausos ao final da apresentação, o ex-ministro Bernardo Cabral fez questão de parabenizar o diretor do programa, Tadeu Aguiar. “Você acabou de tirar o que era o Brasil das sombras, do esquecimento. Parabenizo você porque seu trabalho foi hercúleo. Como brasileiro fiquei muito satisfeito”, elogiou
Aos 100 anos, os Diários Associados continuam entre os maiores grupos de comunicação do país. Eles têm jornais como Correio Brazilienseo Estado de Minas, O Imparcial e Aqui; o Portal Iai; Rede de Rádio Clube Brasil e o Rádio Tupi; e o TVs Brasília e Alterosa.
Morais: oportunidade para os jovens
O jornalista e escritor Fernando Morais comemorou seu reencontro com Chateaubriand, 30 anos após divulgar a biografia de um dos brasileiros mais destacados do século XX. “Passei oito anos da minha vida bisbilhotando a vida dele, conversando com pessoas no Brasil, na Inglaterra e em lugares por onde ele passou. É uma alegria estar aqui e poder contribuir. Os brasileiros, principalmente as crianças pequenas, não sabem a importância do Chatô para a música brasileira e para a cultura do país”, afirmou. Fernando citou o Museu de Arte de São Paulo (Masp) como um dos grandes legados de sua biografia. Ele diz que “não há fim” para o que Assis Chateaubriand estimulou, produziu, criou e patrocinou na cultura brasileira. “As pessoas se lembram mais de Chatô como o grande dono do império dos Associados, mas não se lembram de coisas maravilhosas como sua relação com a música brasileira”, observou o escritor e jornalista.
Dedicação total
Foi preciso muita agilidade para colocar em cena o pocket show do Chatô e os Diários Associados – 100 anos de uma paixão, musical que estreia em março no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro. Em cinco dias de ensaios, que duraram oito horas diárias, o elenco memorizou 40 páginas de texto e 17 músicas. A pontuação também foi criada em cinco dias.
Ator que dá vida ao Chatô, Stepan Nercessian conquistou o público do pocket show. “Houve pouco tempo de ensaio. Nessa primeira apresentação ao público ficamos um pouco perdidos”, comentou o ator, mais tranquilo após a reação positiva do público. “Tenho que me aprofundar na composição do personagem. Partes do texto que ainda serão incluídas lhe darão mais consistência. Fiz um Chatô feliz”, explicou.
Nercessian lamentou não ter tido acesso à gravação da voz de Assis Chateaubriand. “Por incrível que pareça, não entendi a voz dele, um cara dono de rádio e televisão. Procuramos em todos os lugares, no YouTube, mas não encontramos. A voz que está aí é a voz que saiu de mim.” Referência nos palcos brasileiros, a atriz Sylvia Massari, de 77 anos, interpreta Janete, secretária de Chateaubriand. Ela diz que 100 anos de paixão serão um grande espetáculo. “Através da música, vai atrair públicos que conheceram a era do rádio”, avalia. No pocket show foram apresentadas apenas 17 músicas da montagem. “Vimos um resumo do resumo”, explicou o diretor musical Guto Graça Mello, lembrando que serão mais de duas horas de espetáculo, com um repertório muito maior.
“O universo que envolve Chateaubriand e os Diários Associados é extremamente rico. Exploramos um pouco o que é isso, mas ainda nos divertimos muito. Mal posso esperar que janeiro chegue e possamos começar a ensaiar”, comentou o ator e cantor Cláudio Lins, que interpreta o jornalista Fabiano.
Alckmin: “Viva!”
Por ocasião do centenário dos Diários Associados, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, enviou uma mensagem à direcção dos Correio Braziliense.
No texto, Alckmin destacou a importância da imprensa na preservação da democracia, bem como o valor do jornalismo profissional contra as notícias falsas. O vice-presidente destacou ainda a permanente inovação dos Diários Associados, como legado deixado por Assis Chateaubriand ao longo de sua carreira.
Leia abaixo a mensagem completa de Alckmin:
“Parabenizo todos os jornalistas e colaboradores dos Diários Associados, pelos cem anos desta valiosa instituição brasileira. Uma imprensa livre é essencial para o funcionamento da democracia, ainda mais nestes tempos de notícias falsas, que representam uma ameaça ao espaço público. Do jornal impresso à internet, passando pela televisão e pelo rádio, os Diários, com o empreendedorismo característico de Assis Chateaubriand, souberam se reinventar ao longo do tempo, sem renunciar à qualidade, à ética e ao compromisso com a verdade factual, que marcam sua louvável história. Viva os Diários Associados!”
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