Brasil tem 8,5 mil localidades indígenas, aponta censo do IBGE

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (19/12) o Censo Demográfico 2022, sobre a presença e distribuição de comunidades indígenas em todo o Brasil. O levantamento revelou a existência de 8.568 localidades indígenas, espalhadas por todas as unidades federativas do país.

O IBGE define localidades indígenas como aglomerados permanentes de 15 ou mais residentes indígenas, independentemente de estarem localizados em áreas rurais ou urbanas. Esses locais incluem aldeias, comunidades, fazendas, acampamentos, instituições de acolhimento e outras formas de organização social, que servem como espaços de convivência e cultura para as populações indígenas.

A pesquisa destaca que o Amazonas é o estado com maior número de localidades indígenas, totalizando 2.571, o que corresponde a 30% do total. Há grande presença de populações indígenas na região Norte do Brasil. Outros estados com números expressivos são Mato Grosso (924 localidades, 10,78%), Pará (869 localidades, 10,14%) e Maranhão (750 localidades, 8,75%).

Embora as populações indígenas estejam presentes em todas as regiões do país, a maior concentração de localidades indígenas está na Amazônia Legal.

Além disso, 71,55% das localidades indígenas, ou seja, 6.130, estão localizadas em terras indígenas oficialmente declaradas, aprovadas, regularizadas ou designadas como reservas.

Porém, 28,44% das localidades indígenas, representando 2.437 lugares, estão fora dessas terras oficialmente reconhecidas. Isto inclui áreas urbanas, centros urbanos e outros espaços onde vivem comunidades indígenas, muitas vezes sem reconhecimento formal dos seus territórios.

Em relação à distribuição das localidades indígenas que não estão localizadas em terras indígenas homologadas, o Amazonas mais uma vez se destaca, com 1.077 localidades fora dessas áreas. Outros estados com números significativos são Pernambuco (237 localidades), Pará (187), Ceará (159) e Bahia (138). Esses números indicam que, especialmente em regiões mais urbanizadas e com maior diversidade cultural, muitas comunidades indígenas vivem fora dos limites das terras indígenas oficialmente reconhecidas, em áreas mais suscetíveis a conflitos fundiários e à marginalização social.

*Estagiário sob supervisão de Ronayre Nunes