Montanhas elevadas e curvas que mergulham nas profundezas dos vales em uma extremidade em direção ao estado do Rio de Janeiro; no sentido oposto, com trânsito em alta velocidade, o planalto distante tomado pelo agronegócio e atravessado por estradas estreitas. A BR-040 atravessa diferentes climas e terrenos quando é destino das festas dos mineiros e faz pausas de dezembro a janeiro, seja em direção à Zona da Mata e Rio de Janeiro ou em direção noroeste, em direção a Brasília. As condições e pontos mais perigosos desta importante rodovia foram mapeados pelo guia que a equipe do Estado de Minas preparou para ajudar os motoristas a planejarem viagens mais seguras. No total, no período considerado dos últimos cinco anos, o número de mortos é de 110 óbitos, 66 deles, cerca de dois terços, no segmento Minas/Rio de Janeiro.
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A EM coletou dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes e concessionárias sobre precipitações, condições das estradas e locais com alta ocorrência de acidentes para que os motoristas possam planejar sua viagem. A pesquisa considerou registros de ocorrências nos últimos cinco anos, entre 2019 e 2023, especificamente no período em que o movimento se torna mais intenso, com as férias de fim de ano e férias escolares: de 20 de dezembro a 31 de janeiro.
E a programação deve começar pela escolha do horário de viagem, para evitar locais perigosos sem luz do dia ou ficar muito tempo preso no trânsito. De acordo com os últimos relatórios das três concessionárias que operam nos dois sentidos da BR-040, o trânsito fica mais intenso na sexta-feira anterior às festividades (24/12 e 31/12), do início do dia até as 16h. A saída de sábado é mais intensa até o meio-dia. No domingo seguinte às festividades o fluxo é maior das 12h às 20h e na segunda-feira, das 7h às 13h.
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Na hora de planejar sua agenda, saber onde ficam os locais mais perigosos pode ser de grande ajuda. Tomando como referência o sentido do Rio de Janeiro, segundo dados da PRF coletados pela EM, só nos 296 quilômetros do trecho mineiro da BR-040, entre Belo Horizonte e Simão Pereira, ocorreram 413 acidentes, que causaram 39 mortes e deixaram 610 feridos. A maior causa desses desastres, segundo registros dos agentes da PRF nas ocorrências, foi o excesso de velocidade, e o tipo de acidente mais frequente foi o desvio da pista.
Perigo rumo à Zona da Mata
Os dois municípios com trechos mais perigosos são Juiz de Fora, com 58 acidentes, 10 mortos e 104 feridos, seguido por Santos Dumont, onde 36 acidentes resultaram na perda de oito vidas e 50 feridos.
Mas dentro da Grande BH também há áreas onde se concentram os acidentes. Próximo à Lagoa dos Ingleses e à entrada do condomínio Retiro do Chalé e do Topo do Mundo, ponto turístico no alto da Serra da Moeda, Km 568 da BR-040, em Nova Lima, resultou em três mortes em três acidentes no período pesquisado. A maioria foi identificada como desvio de faixa causado por problemas nos pneus do veículo ou chuva.
Mais à frente, em Itabirito, no Km 573, antes do pedágio e próximo à Femsa/Coca-Cola, o Km 573 foi marcado por três acidentes e três mortes no período avaliado dos últimos cinco anos, consequência da alta velocidade e da falta de atenção, segundo a PRF.
A pista de Nova Lima a Conselheiro Lafaiete é ampliada e sem acostamentos, mas segue direto de Lafaiete em diante, até a duplicação em Juiz de Fora. A manutenção também tem sido alvo de reclamações, com asfalto desgastado em alguns pontos e bueiros entupidos. Entre a vila de Pires, em Congonhas, e Miguel Burnier, em Ouro Preto, por exemplo, a reta dupla sem acostamento tem vários buracos no Km 601 e pó de minério de ferro que vira lama quando chove.
As chuvas, inclusive, são um componente importante dos acidentes no período, segundo dados da PRF. Só neste último segmento, ocorreram 157 acidentes nesta condição, deixando 27 mortos e 255 feridos. Registros de policiais rodoviários indicam que as principais causas desses acidentes são a alta velocidade e as estradas escorregadias. Saídas de faixa e colisões frontais são os tipos de desastres mais comuns quando chove.
Ameaças começam na Grande BH
Com mau tempo e estradas escorregadias, o risco é ainda maior nos trechos da BR-040 que passam pelos pontos mais críticos. Um dos piores fica nos arredores de Belo Horizonte, no município vizinho de Nova Lima, onde foram registrados 25 acidentes no período por causa das chuvas, deixando uma pessoa morta e 25 feridas.
Mas Juiz de Fora volta a ser um segmento onde é necessária atenção redobrada em tempo chuvoso, já que ocorreram 22 acidentes nessas condições no município, nos quais nove pessoas perderam a vida e outras 52 ficaram feridas. No trecho que corta o município da Zona da Mata, a estrada escorregadia foi apontada como a principal causa de acidentes com chuva, resultando na maioria das vezes em colisões frontais.
São mais de 150 quilômetros pela BR-040 até a capital fluminense, se o destino for a cidade do Rio de Janeiro. Não é um dos trechos mais violentos, mas a Serra de Petrópolis pode se tornar um desafio, principalmente pela formação de neblina. No período pesquisado pelo relatório, ocorreram 393 acidentes, quase dois terços deles na zona urbana de Duque de Caxias (221), no Grande Rio, com cinco mortos e 504 feridos. Petrópolis e Três Rios registraram duas mortes em desastres, enquanto Duque de Caxias aparece com uma.
Riscos na ligação de BH a Brasília
No sentido Brasília da BR-040 existem outros pontos de risco que merecem a atenção dos viajantes no período festivo e de férias. Só nos 585 quilômetros entre Belo Horizonte e Paracatu, na divisa com Goiás, foram registrados 532 acidentes nos últimos cinco anos do período avaliado (20 de dezembro a 31 de janeiro, entre 2019 e 2023), deixando 29 mortos e 752 feridos. Em geral, a maior parte dos fatores que levaram aos acidentes envolve reações tardias dos condutores no percurso marcado por pistas planas, onde se desenvolvem altas velocidades, mas que são muito estreitas e movimentadas. Os desvios de faixa foram o tipo de ocorrência mais recorrente.
O trecho com mais mortes fica no município de Lagoa Grande, onde sete acidentes no período avaliado terminaram com cinco mortos e nove feridos, a maioria em colisões frontais. Caetanópolis, João Pinheiro e Ribeirão das Neves registraram quatro pessoas mortas em acidentes no intervalo analisado, entre feriados e festas. Porém, Ribeirão das Neves apresenta um número bem superior de acidentes, com 114 registros e 132 feridos, seguido por João Pinheiro, com 44 ocorrências e 60 feridos, e Caetanópolis, com 30 acidentes e 70 feridos.
Existem pontos da estrada onde o motorista deve observar o estado do pavimento para evitar acidentes e danos ao veículo. Em Melo Viana, bairro de Esmeraldas, por exemplo, no Km 501, há buracos e asfalto esfarelado em alguns trechos da pista. É uma área de trânsito intenso, com inúmeros acessos a comunidades, bairros e pontos comerciais, além de pontos de ônibus. A faixa é duplicada, com acostamentos e separação entre sentidos, mas onde muitos motociclistas e pedestres correm o risco de ultrapassar veículos em alta velocidade.
Buracos também foram encontrados em trechos de Curvelo, próximos a uma das praças de pedágio, e no Km 393, já em faixa única. Mais à frente, aparecem em diversos trechos de Felixlândia, inclusive em uma longa curva com fissuras próximo ao entroncamento com a rodovia MG-164, tendo como referência o Posto Pioneiro. Outros problemas asfálticos ocorrem mais à frente, no bairro de São Geraldo do Salto, no bairro de São José do Buriti e após a MG-415, em Três Marias, com defeitos espalhados por 23 quilômetros até a zona urbana.
Com a chuva piorando a visibilidade e a aderência, o resultado no período foi o recorde de 130 acidentes, com sete mortes e 197 feridos. O município com mais pontos com acidentes graves sob chuva é João Pinheiro, onde 12 desastres causaram quatro mortos e 24 feridos. O grande acúmulo de água na pista foi considerado o fator mais importante nessas ocorrências, segundo a PRF, sendo os acidentes mais comuns as saídas de pista.
O trecho que passa por Ribeirão das Neves, na Grande BH, também apresenta perigos com chuva. Neste segmento ocorreram 23 acidentes no período avaliado, com duas mortes e 24 feridos. A maioria são colisões traseiras.
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Em Goiás e no Distrito Federal, a estrada continua por 234 quilômetros, com 289 acidentes registrados, 15 mortos e 354 feridos. Os registros mais numerosos são de falta de atenção, causando colisões e atropelamentos. O principal acidente registrado foram colisões traseiras. O trecho mais perigoso fica em Luziânia, onde foram registrados 80 acidentes, com oito mortos e 97 feridos.
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