Dois corpos foram encontrados ontem à noite por equipes de resgate que trabalhavam nos escombros da ponte Juscelino Kubitschek, que liga o Maranhão ao Tocantins, que desabou no dia 22 de dezembro. Isso eleva para 11 o número de mortos na tragédia. Seis pessoas continuam desaparecidas.
Segundo mergulhadores, os dois corpos estavam próximos da região onde foi criada uma base da Marinha, que comanda operações de busca. Um dos corpos havia sido retirado da água, mas o outro permanecia submerso, no momento da escrita, devido à correnteza. Ambos não haviam sido identificados —o que provavelmente só será possível hoje.
O último corpo a ter a identidade confirmada foi o de Rosimarina da Silva Carvalho, de 48 anos. Segundo a Marinha, o corpo foi localizado por moradores da região na noite de quinta —ficava longe da área de mergulho, a aproximadamente 6km da região do desabamento, ocorrido entre as cidades de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA).
Entre os 11 mortos, há dois corpos encontrados a 35 metros de profundidade no rio Tocantins. Ambos estão na cabine de um caminhão. O veículo, porém, ficou localizado embaixo de uma carreta e, por isso, os bombeiros estudam a melhor forma de resgatá-los. As identidades não foram divulgadas.
“Este veículo foi encontrado em situação trágica, debaixo de um reboque. Dentro deste veículo, consegui identificar duas vítimas, possivelmente uma mulher e um homem. O veículo tem cerca de 35m de profundidade e torna-se um mergulho mais preocupante”, explicou. Tenente Coronel Rafael Barreto Menezes, mergulhador do Corpo de Bombeiros do Tocantins, em entrevista ao TV Anhenguera.
Ontem, as equipes tiveram que interromper os trabalhos porque a estrutura da ponte voltou a se movimentar. A ideia, agora, é que os mergulhadores comecem a trabalhar longe dos pilares Juscelino Kubitschek para evitar riscos. Pois, como o corpo de Rosimarina foi encontrado longe do local da tragédia, os mergulhadores trabalham com a possibilidade de outros corpos terem sido arrastados pela correnteza do rio Tocantins.
Sem contaminação
Na área de busca, os testes de qualidade da água são realizados por militares especializados em Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica (NBQR). Até o momento não foram detectadas alterações causadas por agentes químicos. A possível presença de material tóxico faz com que a Marinha analise a qualidade da água todas as manhãs antes de iniciar as buscas. Isto porque, entre os veículos que caíram no rio, um caminhão transportava ácido sulfúrico e outro transportava defensivos agrícolas.
Setenta e nove militares da Força Naval trabalham no local. Quarenta e quatro mergulhadores – 18 da Marinha, 10 dos bombeiros do Maranhão, 10 dos bombeiros do Tocantins e seis dos bombeiros do Pará – se revezam nos mergulhos para localizar os corpos das vítimas.
Segundo os mergulhadores, as maiores dificuldades têm sido a água turva — que diminui a visibilidade —, a correnteza e os destroços da estrutura desabada — que poderiam se mover no exato momento em que as equipes realizavam os trabalhos de resgate, o que aumenta a insegurança para a atuação subaquática. . Outro problema é a profundidade do rio Tocantins, que chega a 48 metros.
Tecnologia
Para reduzir ao máximo os riscos às equipes que trabalham nas buscas, foi disponibilizada uma câmara hiperbárica da Marinha para mergulhos em profundidades superiores a 30m. Além disso, a Transpetro auxiliou com três ROVs (sigla para Veículo operado remotamenteum tipo de drone subaquático) para localizar vítimas e veículos submersos.
Um sonar “sidescan” – instrumento que ajuda a identificar a posição dos veículos submersos – orienta as equipes durante os mergulhos.
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