Um vídeo que viralizou nas redes sociais está causando apreensão entre motoristas que trafegam pela BR-381, no quilômetro 351, em João Monlevade, Região Central de Minas Gerais. A gravação mostra supostas fissuras cruzando a ponte de ponta a ponta, enquanto o narrador alerta sobre o aumento das fissuras e o risco iminente para quem passar.
A estrutura em questão é a conhecida “Ponte Quebrada”, uma construção da década de 1970 que já possui histórico de graves acidentes e críticas à sua conservação. Com apenas uma faixa em cada sentido, a ponte passa pela Avenida Vereador João Braga, pela Estrada de Ferro Vitória a Minas e pelo Rio Piracicaba, em região de trânsito intenso, principalmente de caminhões e carretas.
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Diante da repercussão, a reportagem entrou em contato com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), que informou que a manutenção e fiscalização das rodovias federais, quando não privatizadas, são de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Porém, até o fechamento desta matéria, o Dnit não se pronunciou sobre o caso.
A assessoria de comunicação da PRF afirmou ainda que o vídeo mistura imagens antigas e recentes e que, a princípio, não há indícios de danos estruturais. O órgão indicou que as fissuras aparentes podem ser decorrentes da retirada do asfalto da junta de dilatação – elemento estrutural projetado para absorver movimentos e vibrações, comuns em pontes e grandes obras de engenharia.
“Com a chuva e a movimentação intensa, o asfalto da junta de dilatação da cabeceira foi retirado, mas não há confirmação de danos estruturais ou outros problemas”, declarou o órgão à reportagem. Segundo a PRF, o Dnit foi acionado e estaria monitorando a situação. O órgão reforçou ainda que apenas os engenheiros do DNIT estão aptos a realizar fiscalizações in loco e tomar as decisões técnicas necessárias.
No momento do acidente que matou 19 passageiros de um ônibus que saía de Mata Grande, em Alagoas, com destino a São Paulo, o Estado de Minas destacou a precariedade da estrutura da ponte. A reportagem registrou uma fissura na ligação entre dois blocos de concreto. Apenas um mês depois, outro grave incidente ocorreu no local: um caminhão carregado de asfalto caiu no rio, resultando na morte de quatro ocupantes.
A polêmica surge em um momento delicado, poucos dias após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre o Maranhão e o Tocantins, ocorrido no último dia 22, o que só intensificou o debate sobre segurança no local.
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