Os pais de uma menina negra de 12 anos denunciaram à Polícia Civil insultos racistas proferidos por uma criança de 11 anos, filha do síndico do condomínio onde moram, na Vila Maria, Zona Norte de São Paulo. As ofensas são registradas em um vídeo, de aproximadamente 14 minutos de duração, em que a menina fala para a câmera, conversando com outra criança que não aparece nas imagens: “Negro é burro”, “Negro é feio, parece macacos”, “ser racista é bom”.
Acompanhe o canal Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
As declarações racistas, xenófobas e fatfóbicas, que seriam dirigidas à vizinha de 12 anos e às outras crianças do condomínio, continuam: “Acho que deveriam esfolar a pele até ficarem mais brancos, mais bonitos”. “Todos os negros deveriam morrer, o sangue deles deve ser mais escuro que o nosso.” “Tenho nojo de pessoas sombrias.” “Boliviano fede”, diz a menina, entre outros insultos.
Segundo boletim de ocorrência registrado no dia 19 de dezembro, na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), a vítima relatou à mãe sobre os vídeos que circulavam em um grupo de WhatsApp. A mulher então procurou o síndico do imóvel, pai da menina nas imagens. Segundo o documento, o homem primeiro se empolgou, dizendo que estava ocupado e com problemas, e depois enviou um áudio pedindo desculpas.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo informou que o caso está sendo investigado pelo 19º Distrito Policial (Vila Maria), responsável pela área de fatos, como injúria racial. “Já comunicamos ao Conselho Tutelar, que poderá avaliar a situação e aplicar medidas protetivas, como orientação psicológica, encaminhamento para programas de conscientização ou outras ações e medidas educativas que julgar necessárias”, afirma o advogado da família, Diego Moreiras , sobre a garota dos vídeos.
Retração
Os pais do autor das imagens não foram localizados e não tinham advogado. Em mensagem publicada no grupo do condomínio, o pai do pré-adolescente pede desculpas e diz que a família discorda do que foi dito pela filha.
“Apresento-me para retratar publicamente um ato praticado pela minha filha através de um vídeo em que ela dizia coisas ofensivas e preconceituosas. Já tivemos duas conversas em privado onde afirmei e reafirmo aqui: ‘Não concordamos com o que foi dito por nossa filha Não demos esse tipo de educação à nossa filha. Estamos arrasados como pais e acho que falhamos em algum momento”, observa o homem. Ele continua afirmando ser neto de afrodescendentes, diz que todos foram criados à imagem e semelhança de Deus e, por fim, pede perdão à família da menina ofendida.
Moreiras afirma que os pais podem ser responsabilizados civilmente pelos atos do pré-adolescente, com base no artigo 932 do Código Civil, que estabelece a responsabilidade pelos danos causados aos filhos menores. O advogado considera ainda que é preciso verificar se há indícios de que os pais incentivaram ou foram negligentes em relação ao comportamento racista da menina. A autora dos vídeos não pode ser acusada criminalmente por não ter capacidade penal —o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estipula idade mínima de 12 anos para punição de infrações.
ra soluções financeiras
blue cartao
empresa de crédito consignado
download picpay
brx br
whatsapp bleu
cartão consignado pan como funciona
simulador crédito consignado
como funciona o cartão consignado pan
ajuda picpay.com