A Força Aérea Brasileira (FAB) informou, nesta segunda-feira (1/6), que concluiu os trabalhos de extração, aquisição e validação dos dados contidos nos gravadores de voo da aeronave _(Cockpit Voice and Flight Data Recorder – CVFDR)_ Embraer 190, registro 4K-AZ65. A operação foi realizada no Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo (LABDATA), localizado no Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), em Brasília.
Os gravadores pertenciam à aeronave envolvida no acidente ocorrido em 25 de dezembro de 2024, próximo à cidade de Aktau, no Cazaquistão. A FAB entregou os dados recuperados ao _Investigação de Acidentes e Incidentes de Aviação – Departamento do Ministério dos Transportes da República do Cazaquistão_, autoridade oficial responsável pela análise e investigação do caso.
A cooperação entre Brasil e Cazaquistão para a análise dos gravadores reflete o compromisso do governo brasileiro, por meio do Ministério da Defesa e da FAB, em promover a segurança na aviação global. O trabalho conjunto também destaca a capacidade técnica do Cenipa, que é reconhecido internacionalmente por sua expertise em investigações aeronáuticas e por um avançado laboratório de leitura e análise de dados de voo.
O processo de extração e validação foi realizado de acordo com os protocolos estabelecidos no Anexo 13 da Convenção sobre Aviação Civil Internacional, que regulamenta a cooperação internacional em investigações de acidentes aéreos. Este documento estabelece que a responsabilidade final pela análise dos dados e publicação das conclusões cabe à autoridade do país onde ocorreu o acidente – neste caso, o Cazaquistão.
A FAB destacou que o papel do Cenipa na operação foi técnico e logístico, garantindo a extração segura e precisa dos dados armazenados nos gravadores. Esses dispositivos são fundamentais para a compreensão das circunstâncias do acidente, fornecendo informações críticas sobre o desempenho da aeronave e as conversas na cabine momentos antes da ocorrência.
Entenda o caso
Um míssil russo teria abatido o Embraer 190, confundindo-o com drones ucranianos, disseram especialistas militares e aeronáuticos. Fontes governamentais do Azerbaijão citadas pela imprensa internacional corroboram a hipótese. O avião da Azerbaijan Airlines voava de Baku, capital do Azerbaijão, para Grosnia, na república russa da Chechénia, mas desviou a rota e caiu perto da cidade cazaque de Aktau, nas margens do Mar Cáspio. Trinta e oito pessoas morreram no acidente, ocorrido na quarta-feira.
De acordo com Caliber, um site pró-governo do Azerbaijão, as autoridades do Azerbaijão acreditam que um míssil terra-ar russo, disparado por um sistema de defesa aérea Pantsir-S perto de Grosnia, causou a queda do avião. O Embraer 190, com 62 passageiros e cinco tripulantes a bordo, tinha como destino a Chechénia, onde, nas últimas semanas, surgiram relatos de ataques de drones vindos da Ucrânia, em guerra com a Rússia. O jornal norte-americano O jornal New York Timesa rede de televisão Euronews e a agência de notícias turca Anadolu publicou informações semelhantes.
Moscou não demorou a alertar contra hipóteses sobre a causa do acidente com a aeronave de fabricação brasileira. “Devemos esperar pelo fim da investigação”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
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