Governo confirma presença do norovírus em pacientes no litoral de SP

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) confirmou a presença do norovírus em amostras de fezes humanas de pacientes atendidos na Baixada Santista, onde houve um grande aumento no número de casos do vírus nas últimas semanas. O material foi coletado nos municípios de Guarujá e Praia Grande e analisado pelo Instituto Adolfo Lutz (IAL).

Apesar da identificação do vírus, a secretaria afirmou que novas investigações serão realizadas para identificar a origem exata do surto no litoral paulista. “Essa informação é importante para orientar o tratamento dos pacientes. Porém, estamos investigando, em conjunto com a Cetesb, a Sabesp e os municípios da Baixada Santista, a fonte que causou essa infecção”, disse Regiane de Paula, coordenadora de saúde, em nota. da Coordenadoria de Controle de Doenças.

Na última sexta-feira, 3, a Prefeitura do Guarujá informou ter acionado a Sabesp para apurar possíveis vazamentos e ligações clandestinas de esgoto na região da Enseada que poderiam estar relacionadas ao aumento de casos do vírus na cidade, onde famílias inteiras relataram ter passado mal.

Extremamente contagioso

Segundo o infectologista e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) Ralyon Teixeira, o norovírus é um patógeno extremamente contagioso e “o principal vilão” quando se trata de surtos de gastroenterites, com sintomas como diarreia e vômitos.

Normalmente, o vírus é transmitido pela via fecal-oral, ou seja, pelo contato com materiais manuseados sem os devidos cuidados de higiene. Dentre as situações de transmissão destacam-se: consumo de bebidas ou alimentos contaminados; tocar em objetos ou superfícies contaminadas e depois colocar os dedos sujos na boca; compartilhar alimentos ou utensílios de cozinha com uma pessoa infectada ou comer alimentos que ela tenha manuseado.

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Nesse sentido, a prevenção envolve medidas de higiene e atenção na escolha de bebidas e alimentos:

– lave bem as mãos antes de preparar os alimentos e ao comer;

– evite alimentos mal cozidos;

– manter os alimentos bem refrigerados, prestando atenção especial às temperaturas das geladeiras e refrigeradores dos supermercados;

– evite nadar no mar nas 24 horas seguintes à chuva;

– leve seus próprios lanches (armazenados corretamente) durante os passeios ao ar livre;

– observar a higiene dos estabelecimentos comerciais;

– não consumir gelo, raspadinhas, sacolés, sucos e água mineral de origem desconhecida.

Tratamento

Segundo a secretaria, o norovírus é uma doença considerada clinicamente autolimitada, com duração média de três dias. Os sintomas mais comuns são náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal. Também podem ocorrer dores musculares, cansaço, dor de cabeça e febre baixa.

O principal tratamento é a hidratação, e crianças e idosos necessitam de atenção especial. Evacuações intestinais muito frequentes e líquidas; dificuldade de hidratação com vômitos que não diminuem; Pele e boca secas e dificuldade para urinar são indícios de que você deve procurar atendimento de saúde.

A pasta ressalta ainda que nenhum medicamento deve ser tomado sem conhecimento e orientação médica.