O jato Cessna Citation, matrícula PR-GFS, explodiu ontem ao tentar pousar no aeroporto de Ubatuba (SP). O avião havia decolado horas antes do aeródromo de Mineiros (GO) e a bordo estavam o empresário Bruno Almeida Souza, sua esposa, Mireylle Fries, e seus dois filhos, Lucca e Aila —todos ficaram feridos. Uma quinta pessoa, cujo nome não foi divulgado, ficou ferida ao ser atingida por partes do aparelho. O piloto Paulo Seghetto, 55 anos, morreu no acidente.
Segundo o Corpo de Bombeiros, a aeronave perdeu o controle após tocar o solo e não conseguiu frear. Câmeras de segurança mostram o jato, ainda em velocidade, “ultrapassando” o limite do aeródromo e cruzando uma avenida, que fica entre o final da pista e a orla marítima. Também é possível perceber que houve movimentação de veículos e pessoas no horário (por volta das 10h15) em que o aparelho rumou descontroladamente em direção ao mar.
A explosão ocorreu quando as asas, onde ficam os tanques de combustível, colidiram com a estrutura da pista de skate da Praia do Cruzeiro. Nesse momento, câmeras de segurança mostram pessoas correndo assustadas e carros parando abruptamente para não serem atropelados. O que sobrou do aparelho parou na água.
A equipe de resgate chegou rapidamente. Imagens captadas por pessoas que presenciaram o acidente, e que circularam nas redes sociais, mostram socorristas com uma das crianças nos braços. Segundo o Corpo de Bombeiros, Bruno foi retirado da aeronave ferido e orientado, mas Mireylle e os dois menores apresentavam cortes e hematomas e ficaram atordoados. O piloto foi retirado com vida dos destroços, mas não sobreviveu.
Os feridos foram removidos para a Santa Casa de Ubatuba, mas depois seguiram para o Hospital Regional do Litoral Norte, no município vizinho de Caraguatatuba. Mireylle precisou passar por uma cirurgia de emergência, porém, até o fechamento desta edição, não havia informações sobre o motivo. Bruno, seus filhos e a pessoa atingida pelos destroços do jato estavam em condição estável.
A aeronave — cuja documentação estava em dia, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) — pertencia à família Fries, que atua no agronegócio em Goiás. A Rede Voa, que administra o aeroporto de Ubatuba, informou que “as condições climáticas estavam degradadas”, com chuva e solo molhado.
A pista de Ubatuba tem 940m de extensão e, por estar próxima a um morro, há menos de 500m para pousos em direção ao mar. Esta limitação, aliada às más condições meteorológicas no momento do acidente, está sendo citada como o motivo do acidente.
Única vítima fatal do acidente, o piloto Paulo Seghetto atuava como piloto profissional desde 1997, segundo suas redes sociais. Trabalhou em companhias aéreas como Passaredo (hoje VoePass) e Sete Táxi Aéreo. O corpo foi transferido para Ribeirão Preto e será sepultado hoje.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) enviou técnicos ao local para coletar dados e determinar a causa do acidente.
*Estagiário sob supervisão de Fabio Grecchi
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