Políticos e juristas lamentam a morte do advogado Marcello Lavenère

Políticos brasileiros usaram as redes sociais neste domingo (12/1) para expressar seus sentimentos pela morte do jurista e advogado Marcello Lavenère, ex-presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Responsável por assinar o pedido de impeachment de Fernando Collor Mello em 1991 e por lutar pela defesa de políticos perseguidos durante a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, o jurista foi lembrado por figuras importantes do país.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, relembrou as atuações de Lavenère e lamentou sua saída. “Nos despedimos, neste domingo, do professor e ex-presidente do Conselho Federal da OAB, Marcello Lavenère Machado, de Alagoas, aos 86 anos. Sempre atuante na defesa da democracia e da justiça social, Lavenère deixou seu legado na advocacia no Brasil e à frente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, e se dedicou à luta pela reparação das vítimas da ditadura”, afirmou. lembrado.

O senador Renan Calheiros (MDS-AL) se pronunciou afirmando que Marcello foi um alagoano que fez história. “Lamento profundamente o falecimento do advogado Marcello Lavenère Machado, membro vitalício do CFOAB e ex-presidente da OAB/AL. Mais um alagoano que fez história, se destacou como defensor da justiça, atuando com firmeza na defesa da democracia e dos valores do direito”, disse.

Os governadores e vice-governadores de Alagoas, Paulo Dantas e Ronaldo Lessa, prestaram condolências nas redes sociais e elogiaram o conterrâneo. “Alagoas está de luto pela morte do advogado Marcello Lavenère. Sua trajetória de defesa da democracia e do Estado de Direito deixa a todos orgulhosos”, disse o governador. “Marcello Lavenère foi um símbolo de coragem num período de repressão e autoritarismo. Atuou firmemente na defesa dos políticos perseguidos durante a ditadura militar e dedicou sua vida à luta pelos direitos humanos, pela democracia e pela justiça social”, defendeu Lessa.

Parlamentares federais e estaduais também fizeram questão de se despedir do jurista em suas redes. “É com pesar que recebo a notícia do falecimento do advogado Marcello Lavenère, que dedicou sua vida ao combate às injustiças. Marcello foi ator central no impeachment de Fernando Collor e denunciou os crimes cometidos pela Lavajato”, afirmou o deputado estadual, Ronaldo Medeiros (PT). O deputado federal, Rubens Otono (PT-GO), disse que Lavenère “estará sempre presente” e o classificou como um “defensor da democracia”.

O ministro Paulo Texeira, do desenvolvimento social e agrário, foi um dos representantes do executivo que expressou condolências pela morte de Lavenère. “Minhas mais sentidas condolências pelo falecimento do jurista Marcelo Lavènere Machado, ex-presidente do Conselho Nacional da Ordem dos Advogados do Brasil”, afirmou Teixeira.

O ministro Jorge Messias da Advocacia-Geral da União (AGU) publicou nota oficial de condolências onde relembrou o legado e a trajetória do jurista. Leia na íntegra:

“Marcello Lavenère deixa um legado memorável para a advocacia e para a sociedade brasileira. Durante sua atuação à frente da OAB, desempenhou papel crucial em momentos históricos da luta democrática do Brasil, destacando-se por seus princípios firmes, coragem e compromisso com os valores fundamentais do Estado Democrático de Direito.

Foi igualmente notável o seu papel como presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, consolidando-se como defensor dos direitos das vítimas de perseguição política durante o regime militar. Através do seu trabalho na Comissão, Lavenère reafirmou o seu compromisso com a justiça transicional, a memória e a reparação histórica, contribuindo para a construção de um país mais justo e reconciliado com o seu passado.

Como professor universitário, inspirou gerações de juristas, formando advogados comprometidos com a ética, a justiça e os direitos humanos. A sua vida foi um exemplo de dedicação incansável às causas da democracia, da cidadania e da justiça social, sempre pautada pelo diálogo e pelo respeito às instituições. Que sua memória seja um farol para todos aqueles que acreditam e lutam por um Brasil mais justo, igualitário e democrático.”