O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024 teve o menor número de notas máximas na redação em 10 anos —apenas 12 atingiram mil pontos no ano passado. A informação foi confirmada pelo Ministério da Educação (MEC), que divulgou os números do último concurso. Segundo especialistas, a dificuldade para atingir o nível máximo se deve ao novo modelo de correção. Na edição de 2023, 60 redações pontuaram mil.
Apesar do menor número de notas máximas, a média de proficiência em redação na prova mais recente foi de 660 pontos, ante 645 em 2023. A redação do Enem é uma forma de medir a interpretação de textos e a habilidade de redação dos candidatos. A nota da redação vale 20% da nota final dos alunos.
No ano passado, o tema foi “Desafios para a valorização do patrimônio africano no Brasil” — o que manteve a tradição do exame de propor discussões sobre problemas sociais. Na edição de 2023, as candidatas tiveram que escrever sobre “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pelas mulheres no Brasil”.
Rigidez
Para o Correspondênciao professor e diretor geral da escola Sigma, Marcelo Tavares, destaca que há mais rigor na correção das redações do que há 10 anos. “Todo mundo tem um conhecimento básico de um roteiro que atenda às cinco habilidades e pode levar a uma nota alta. Portanto, é notável o aumento da média geral, ainda que tenha havido uma redução no número de redações com nota mil. Cientes dessa situação, as bancas examinadoras tendem a ser mais rigorosas, sabendo que o ponto de partida dos alunos é mais sofisticado do que era há 10 anos”, avalia.
Roberto Paes de Carvalho Ramos, diretor de Educação do Unisuam, destaca que o tema, justamente por fazer parte tradicionalmente do repertório das aulas do ensino médio, tornou a banca ainda mais exigente. “Nesse sentido, o domínio dos padrões culturais e da coesão e coerência acabam por prevalecer sobre outras competências, como ‘proposta de intervenção’, por exemplo”, observa.
A professora Joana Melo afirma que um fator que pode explicar essa queda no número de mil marcos é a orientação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para que os corretores editoriais possam tirar pontos de quem utilizou um dos prontos modelos feitos. “Ainda não sabemos como eles penalizaram, quais foram, de fato, as instruções e como os avaliadores foram orientados para identificar o que seria um modelo pronto”, observa. Para a professora, o tema da redação não foi um fator que explica a queda no número de mil notas, pois é um assunto que costuma ser discutido em sala de aula.
Para o professor Pedro Lima, “se compararmos 2023 com 2024, o tema foi ainda mais fácil. O de 2023 tinha vários eixos a serem trabalhados e, em 2024, era muito mais simples, algo muito mais direcionado, muito direto”.
Na faixa de resultados entre 980 e mil pontos, estão 2.308 alunos. Se incluídas as notas acima de 950, esse total chega a 31.913 candidatos. Segundo o MEC, 4.325.960 alunos se inscreveram no Enem em 2024, ante 3.934.242 na competição imediatamente anterior. A taxa de absenteísmo no ano passado foi de 26,5%, enquanto em 2023 foi de 28,1%.
“Comparando 2022 com 2024, temos quase 900 mil novos candidatos inscritos. O Enem é a porta de entrada para o Ensino Superior e o primeiro resultado, agora, do exame, permitirá que os alunos tenham acesso ao Sisu. a tendência é reduzir a pontuação, mas aumentou. Então, parabenizamos as redes por esse aumento positivo”, disse o ministro da Educação, Camilo Santana.
A média de proficiência da prova como um todo em 2024 foi de 546 pontos, ante 543 em 2023. “Tivemos um aumento na média geral. E com o aumento do número de alunos participantes do Enem, a expectativa é que isso média vai chegar a diminuir, então considero positivo”, frisou o ministro.
Ontem, os alunos puderam conferir suas notas nas provas de línguas, ciências humanas, ciências naturais, matemática e redação no site do Inep. Para conferir o resultado é necessário fazer login no portal com o CPF do candidato e a senha cadastrada no site. gov.br.
Melhores atuações
Unidades da Federação onde acertaram a redação
» Minas Gerais (dois)
» Rio de Janeiro (dois)
» Alagoas (um)
» Ceará (um)
» Distrito Federal (um)
» Goiás (um)
» Maranhão (um)
» Pernambuco (um)
» Rio Grande do Norte (um)
» São Paulo (um)
*Minas Gerais teve a única nota mil de um aluno de escola pública
Unidades da Federação com maior número de notas entre 950 e mil
» Minas Gerais: 4.397
» São Paulo: 3.692
» Rio de Janeiro: 2.728
»Ceará: 2.398
» Bahia: 2.099
*Esses estados estão entre os mais populosos do país e, consequentemente, há mais estudantes realizando a prova — a exceção é o Ceará, que tradicionalmente tem bons desempenhos nos vestibulares. Essa classificação não leva em consideração a proporção de notas dadas pelos candidatos que realizaram a prova no estado.
Com a nota, os alunos podem se inscrever
» Ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu), para disputar vagas em universidades federais;
» À Universidade de São Paulo (USP), que destina 20% das vagas para candidatos do Enem;
» ProUni, voltado para estudantes de baixa renda, que oferece bolsas integrais e parciais em instituições de ensino privadas;
» Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), que financia até 100% das mensalidades de instituições de ensino privadas;
» Às universidades em Portugal que possuem convênios com o Ministério da Educação do Brasil.
Sisu: inscrições começam sexta-feira
As inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) começam na sexta-feira e vão até o dia 21 de janeiro. De acordo com o calendário oficial, o resultado da chamada regular está previsto para 26 de janeiro, enquanto o período de inscrições decorre entre 27 e 31 de janeiro. O prazo para entrar na lista de espera é de 26 a 31 deste mês.
Gerenciado pelo Ministério da Educação (MEC), o sistema seleciona os alunos com base na nota média do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) até o limite de vagas oferecidas pelas instituições públicas de ensino superior, por curso e modalidade. concurso, de acordo com a escolha dos candidatos inscritos e perfil socioeconômico.
A inscrição é gratuita e feita exclusivamente online. O acesso ao sistema de cadastro é realizado por meio de login e senha de acesso aos serviços digitais do governo federal, por meio de conta no gov.br. Quando o candidato faz login, o sistema recupera automaticamente as notas obtidas na edição do Enem válida para o processo seletivo.
Ao se inscrever, o candidato preenche um questionário de perfil socioeconômico da Lei de Cotas e escolhe até duas opções de cursos dentre os oferecidos em cada processo seletivo do Sisu. É possível alterar as opções de curso ao longo do período de inscrição. O cadastro válido será o último cadastrado no sistema.
Quem não for selecionado em nenhuma das duas opções de curso indicadas no ato da inscrição ainda poderá concorrer a uma das vagas pela lista de espera do Sisu. Podem participar todos os alunos que participaram do Enem 2024, obtiveram nota na prova de redação maior que zero e não declararam estar na condição de “treinador” (ou seja, fizeram o exame apenas para saber como funciona). em Sisu. (Com Agência Estado)
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