O assassinato de Vinícius Lopes Gritzbach, denunciante e ex-integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC), no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, foi planejado por integrantes da facção criminosa. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (16/1) pela delegada Ivalda Aleixo, diretora do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção Individual (DHPP) de São Paulo, durante entrevista coletiva.
Ivalda Aleixo informou que estão avançadas as investigações em relação aos responsáveis pelo crime, que seguem duas linhas de investigação. “Foi um crime ordenado por um membro do PCC”, afirmou. O delegado revelou ainda que a organização criminosa chegou a oferecer R$ 3 milhões para contratar um executor, que “não aceitou a missão”. Segundo Ivalda, o único O motivo do crime foi a colaboração de Gritzbach com o Departamento de Justiça. “Além de expor o esquema de corrupção, ele também nomeou os membros do PCC que estavam envolvidos na lavagem de dinheiro”, explicou.
Na manhã desta quinta-feira, a Corregedoria da Polícia Militar prendeu um agente da corporação acusado de ser um dos atiradores. Os investigadores não revelaram detalhes de como ele participou do esquema ou se fazia parte do grupo de policiais que forneceu escolta pessoal a Gritzbach. Segundo o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, a identificação do suspeito foi possível “graças ao uso de reconhecimento facial, quebra de sigilo telefônico e análise de imagens de segurança”.
A operação, conduzida pela Corregedoria, cumpriu 15 mandados de prisão e sete mandados de busca e apreensão contra policiais militares acusados de colaboração com a organização criminosa. Entre os suspeitos estão agentes da ativa e da reserva e ex-membros da corporação, que teriam prestado apoio logístico e segurança pessoal a membros do PCC, incluindo Gritzbach, mesmo após este ter assinado um acordo de delação premiada.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), alguns dos policiais presos estavam presentes no dia do assassinato e integravam um esquema irregular de escolta armada. “A investigação da Polícia Militar revelou que esses policiais sabiam da conduta criminosa de Gritzbach antes e depois de sua colaboração com o Departamento de Justiça e que ele continuou a lavar o dinheiro do PCC”, disse Derrite.
O policial identificado como um dos atiradores foi detido temporariamente com base no artigo 150 do Código Penal Militar, que trata da organização de militares armados para atos violentos. Ele está sob custódia da Corregedoria da PM e será transferido para o Presídio Militar Romão Gomes.
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