A Política Nacional de Saúde do Idoso (PNSPI) está em atualização. Em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), o Ministério da Saúde abriu uma pesquisa para ouvir os idosos sobre os principais desafios que eles enfrentam ao buscar atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa, que coletou respostas até a última segunda-feira (20/1), busca garantir que as melhorias na política de saúde reflitam as reais necessidades e experiências da população idosa.
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O questionário foi desenvolvido para que pessoas com 60 anos ou mais, que utilizam ou já utilizaram os serviços do SUS, possam compartilhar suas dificuldades e expectativas na utilização da saúde pública. As respostas foram coletadas de forma anônima, sem necessidade de fornecimento de dados pessoais, permitindo que os participantes se expressassem livremente.
A coordenadora de Atenção à Saúde do Idoso do Ministério da Saúde, Ligia Gualberto, destacou a importância de uma política pública inclusiva e focada na diversidade da população idosa. Precisamos estar atentos à diversidade de territórios, de trajetórias de vida e, portanto, atender às necessidades de pessoas com os mais diversos perfis de envelhecimento. Queremos promover a equidade e uma política pública cuja implementação traga melhorias reais na vida dos idosos”, afirmou que a atualização da PNSPI busca promover a equidade e trazer melhorias reais na qualidade de vida dos idosos.
O Brasil enfrenta uma realidade demográfica crescente, com uma população idosa que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), soma hoje cerca de 32,9 milhões de pessoas, representando 15,8% da população total. Destes, aproximadamente 70% dependem exclusivamente do SUS para assistência à saúde. Este aumento, de 56% na última década, exige maior atenção às necessidades desta faixa etária.
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Além das pesquisas, outras iniciativas têm sido implementadas para melhorar o cuidado ao idoso, como o Guia de Cuidados ao Idoso, lançado em 2023. O documento orienta sobre as alterações naturais do envelhecimento e promove o autocuidado. A Caderneta de Saúde do Idoso, também em processo de revisão, busca melhorar a organização e a qualificação dos serviços de saúde, com foco na identificação das vulnerabilidades mais comuns dessa população.
O Guia de Cuidados destaca que, com o aumento da longevidade, é fundamental conhecer os cuidados específicos necessários durante o envelhecimento.
Dados do IBGE divulgados em 2024 indicam que a expectativa de vida dos homens é de 73,1 anos e a das mulheres é de 79,7 anos. As diferenças regionais também são marcantes, sendo que o Sul e o Sudeste concentram a maior parte da população idosa, enquanto na Região Norte estados como Acre, Rondônia, Roraima e Tocantins apresentam predomínio de homens entre os idosos.
Embora o Brasil tente se esforçar para avançar políticas voltadas à saúde dos idosos, a realidade ainda é marcada por idosos como o servidor público aposentado Adilson Castro, de 69 anos, com experiências ruins quando precisam de atendimento médico. Ele se reporta a Correspondência que o que ele considera um dos maiores problemas do SUS é a falta de empatia e o tempo de espera pelo atendimento. “Devíamos ter a segurança de chegar ao centro de saúde e sermos atendidos ao mesmo tempo, mas, pelo contrário, passávamos horas e horas com dores para que alguém nos telefonasse”, lamentou.
Segundo Adilson, em certa ocasião, após sofrer uma queda em casa, ficou três horas esperando por atendimento, o que descreve como uma verdadeira tortura. A pesquisa promovida pelo Ministério da Saúde e pela UnB visa justamente dar voz a esses relatos e proporcionar melhorias nas condições de atendimento à população idosa.
*Estagiário sob supervisão de Jaqueline Fonseca
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