O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) acusou os irmãos Fernando e Eduardo Parrillo, proprietários da Prevent Senior, e diretores da empresa, de homicídio culposo durante a pandemia.
Em nota, a empresa afirmou que seus médicos, funcionários e parceiros “sempre agiram para melhor atender os pacientes e beneficiários e nunca cometeram crimes”.
A operadora de plano de saúde foi investigada por tratar pacientes com medicamentos ineficazes contra a Covid-19, sem o seu consentimento, pressionar médicos para prescreverem esses medicamentos e ocultar mortes de estudo interno sobre o “kit covid”.
Além do homicídio culposo de sete pacientes, a denúncia também pede a condenação dos executivos por não comunicarem doenças e causarem perigo à vida e à saúde de terceiros.
A denúncia é resultado de uma investigação que durou dois anos e oito meses. O Ministério Público criou uma força-tarefa para ouvir pacientes, familiares de vítimas da Covid, médicos e diretores da própria empresa. Também foram analisados documentos compartilhados pela CPI da Covid, que revelaram suspeitas sobre a operadora de saúde.
Os procuradores contaram com médicos especialistas do próprio MP para auxiliar na análise técnica. A investigação descartou dolo, ou seja, concluiu que as mortes foram causadas por erros, mas que esses erros não foram intencionais.
O MP também investigou a condição em que eram assinados os termos de consentimento para uso de medicamentos, quando fornecidos – ou seja, se os pacientes ou familiares tinham conhecimento do que estavam autorizando. Segundo a denúncia, medicamentos foram testados sem autorização.
A Prevent Senior chegou a assinar um Termo de Ajustamento de Conduta que proibia o uso off-label do kit Covid. O acordo desobrigou a operadora de responder, na esfera cível, pela sua conduta durante a pandemia, mas não interferiu nas investigações criminais.
COM A PALAVRA, PREVINE SÊNIOR
“A Prevent Senior não foi citada em relação à denúncia do Ministério Público de São Paulo. A empresa sempre respeitou e colaborou com o Ministério Público, mas reitera que seus médicos, funcionários e parceiros sempre atuaram para melhor atender pacientes e beneficiários e nunca cometeram crimes , o que será comprovado na esfera judicial no exercício do contraditório.”
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