Maria da Penha Maia Fernandes receberá proteção após ser ameaçada nas redes sociais por membros da extrema direita. Maria ficou conhecida nacionalmente como símbolo do combate à violência contra a mulher no Brasil e influenciou a criação de uma lei que leva seu nome, sancionada em 2006.
A ministra da Mulher, Cida Gonçalves, afirmou que viajou, nesta segunda-feira (3/6), ao Ceará para visitar Maria da Penha, que tem sido alvo de mentiras e ameaças. Cida pediu pessoalmente ao governador Elmano de Freitas (PT-CE) e à vice-governadora e secretária da Mulher, Jade Romero (MDB-CE), atenção especial do Estado para proteger a ativista. O estado estava pronto para ajudar.
“É inaceitável que Maria da Penha viva esse processo de revitimização ainda hoje no Brasil, 18 anos depois de emprestar seu nome a uma das mais importantes leis do mundo de prevenção e combate à violência doméstica e familiar contra a mulher”, destacou. Cida Gonçalves.
Além da proteção dos agentes de segurança do Estado, a Ministra da Mulher solicitou que a residência onde Maria da Penha sofreu violência doméstica se tornasse um memorial, como deseja a activista. O governo do Ceará declarou o imóvel de uso público. A medida foi publicada em Diário Oficial do Estado na segunda-feira (3/6).
“Considerando a necessidade de reconhecer o imóvel onde viveu D. Maria da Penha Fernandes como patrimônio histórico e o objetivo de atribuir um novo significado ao imóvel, dada a importância da memória coletiva e individual, na formação de uma sociedade mais justa e igualitária para as mulheres, o imóvel com suas benfeitorias, acessórios e demais acessórios, correspondente a uma área total de 415,90 m², localizado no Município de Fortaleza/CE, é declarado de utilidade pública para fins de implantação da desapropriação. Memorial Maria da Penha”, diz a medida assinada pelo governador Elmano de Freitas.
Quem é Maria da Penha?
Maria da Penha Maia Fernandes nasceu em Fortaleza, Ceará, em 1º de fevereiro de 1945. É farmacêutica bioquímica e formou-se pela Faculdade de Farmácia e Bioquímica da Universidade Federal do Ceará em 1966. Maria concluiu o mestrado em Parasitologia Clínica Análise na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo em 1977.
Em 1983, Maria da Penha foi vítima de uma dupla tentativa de feminicídio por parte do então marido, Marco Antonio Heredia Viveros. O agressor atirou nas costas dela enquanto ela dormia. Em consequência deste ataque, Maria da Penha ficou paraplégica devido a lesões irreversíveis na terceira e quarta vértebras torácicas, laceração da dura-máter e destruição de um terço da medula espinhal à esquerda.
Na época, Marco Antonio disse à polícia que tudo não passou de uma tentativa de roubo, versão posteriormente desmentida pela perícia. Quatro meses depois, quando Maria da Penha voltou para casa – após duas cirurgias, internações e tratamentos –, ele a manteve em prisão privada por 15 dias e tentou eletrocutá-la durante o banho.
O primeiro julgamento de Marco só aconteceu em 1991. O agressor foi condenado a 15 anos de prisão, mas devido aos recursos apresentados pela defesa, foi libertado. O segundo julgamento foi realizado em 1996, no qual o ex-marido foi condenado a 10 anos e 6 meses de prisão. Porém, sob denúncias de irregularidades processuais por parte dos advogados de defesa, mais uma vez a sentença não foi executada.
Em 1998, Maria da Penha, o Centro de Justiça e Direito Internacional (CEJIL) e o Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM) denunciaram o caso à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização. dos Estados Americanos (CIDH/OEA).
Em 2001, o Estado foi responsabilizado pela negligência, omissão e tolerância em relação à violência doméstica cometida contra as mulheres brasileiras. Então, em 7 de agosto de 2006, o então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sancionou a Lei nº 11.340, mais conhecida como Lei Maria da Penha.
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