A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, defendeu a importância do trabalho conjunto e das pesquisas realizadas em rede como forma de fortalecer os mecanismos de avanço científico e tecnológico para combater as mudanças climáticas. A fala foi feita nesta terça-feira (18/6), durante discurso de abertura do ministro na I Conferência Nacional sobre Mudanças Climáticas, na sede do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em Brasília.
“Essa é a melhor forma de construir soluções para nossa sociedade e humanidade. Não é possível fazer isso sozinho. Isso só pode ser feito de forma conjunta e coletiva. Não só no Brasil, mas também com redes de cooperação internacional”, afirmou.
Em sua fala, Luciana Santos destacou a posição do governo federal de buscar fortalecer ações e instrumentos interministeriais propositivos que garantam uma política pública à altura dos desafios e dos fenômenos climáticos que estão ocorrendo.
“As alterações climáticas não são para amanhã. É por enquanto, está acontecendo. Acontece todos os dias e de forma contundente. São as populações mais pobres e as nações em desenvolvimento que pagam o preço mais elevado”, alertou.
Para o titular da pasta Ciência, é preciso que haja maior interação, diálogo e entendimento entre a produção científica e a apropriação dessas informações pela sociedade — com destaque para os gestores, seja da esfera pública ou do setor privado. “A ponte que conecta a gestão com a ciência precisa ser sólida, de mão dupla e permanente. Assim teremos mais chances de sucesso na apropriação das evidências científicas na tomada de decisões”, sinalizou.
O ministro abriu a I Conferência Nacional sobre Mudanças Climáticas, promovida pela Rede Brasileira de Pesquisas em Mudanças Climáticas (Rede Clima). Com duração de três dias e contando com 15 painéis — que abordarão os principais temas da agenda climática e suas transversalidades, incluindo financiamento para ciência de ponta, soluções para adaptação às mudanças climáticas e redução de emissões de gases de efeito estufa —, o evento trará debates voltados para construindo uma agenda científica brasileira para a COP30, que será realizada em 2025, em Belém (PA).
Trabalho conjunto no Plano Climático
Ainda durante a abertura do evento, a Secretária Nacional de Mudanças Climáticas, Ana Toni — que representou a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que não pôde comparecer — destacou o trabalho conjunto entre o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), além da contribuição da Rede Clima no processo de construção do Plano Climático, e afirmou que esta parceria está facilitando a utilização dos melhores dados científicos disponíveis para todos os setores. “A ciência é a base deste debate que temos agora através do Plano Climático”, declarou.
Segundo informações do MMA, o Plano Clima consiste em uma estratégia de longo prazo (2024 a 2035) de acordo coletivo para construir uma trajetória de desenvolvimento sustentável. Será composto por 15 planos sectoriais que trarão metas, formas de implementação e meios de financiamento necessários, e tem como desafio aumentar a resiliência do país às alterações climáticas, ao mesmo tempo que enfrenta as desigualdades para alcançar a justiça climática.
“O Plano Clima – Adaptação será construído com base sólida na ciência e em sintonia com o conhecimento obtido na escuta dos diferentes setores da sociedade, dos saberes tradicionais, das necessidades regionais e, sobretudo, de todas as vozes representativas da diversidade que compõe a sociedade Brasileiro”, escreveu o MMA, em nota.
O coordenador da Rede Clima, Moacyr Araújo, por sua vez, destacou, durante o evento, a trajetória de cooperação com os ministérios e explicou como a Rede pode continuar contribuindo. “A ciência é a única capaz de traçar caminhos e contribuir para a redução da desigualdade social”, reforçou.
*Estagiária sob supervisão de Andreia Castro
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