Miguel Gutierrez, ex-CEO das Lojas Americanas, foi solto neste sábado (29/6) em Madri, na Espanha. Ele foi libertado um dia após ser preso em operação deflagrada pela Polícia Federal (PF), no Brasil, em parceria com a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol). A prisão foi feita pela polícia espanhola nesta sexta-feira (28/6).
Gutierrez tem cidadania espanhola e estava no país desde o ano passado. Segundo nota emitida pelos advogados do ex-CEO ao portal g1, após a libertação, o empresário encontra-se na sua residência em Madrid. O endereço é de conhecimento das autoridades espanholas e brasileiras. “A defesa de Miguel Gutierrez informa que o executivo se encontra na sua residência em Madrid, Espanha, no mesmo endereço comunicado desde 2023 às autoridades espanholas e brasileiras, onde sempre esteve à disposição dos diversos órgãos interessados nas investigações em curso”, explicou o observação.
A operação é resultado de uma investigação iniciada em janeiro de 2023, após a empresa reportar a existência de inconsistências contábeis e um rombo patrimonial inicialmente estimado em R$ 20 bilhões. Gutierrez estava na empresa há quase 30 anos, tendo ingressado no início da década de 1990.
Ainda segundo os advogados, Miguel apresentou-se espontaneamente à justiça internacional para prestar depoimento e estes reiteraram a inocência do empresário. “A defesa reitera ainda que Miguel nunca participou ou teve conhecimento de qualquer fraude e que vem colaborando com as autoridades, prestando os esclarecimentos necessários nos foros competentes, manifestando mais uma vez sua absoluta confiança nas autoridades brasileiras e internacionais”, afirma a defesa.
Gutierrez foi um dos alvos de uma operação da Polícia Federal (PF) deflagrada nesta quinta-feira (27/6), em conjunto com o Ministério Público Federal. Batizada de “Operação Divulgação”, segundo a PF, “a investigação busca elucidar a participação de ex-diretores da empresa Americanas em fraude contábil que, conforme divulgada pela própria empresa, equivale a R$ 25,3 bilhões”.
Dois mandados de prisão preventiva, um para Gutierrez e outro para a ex-diretora da Americanas Anna Christina Ramos Saicali, além de 15 mandados de busca e apreensão nas residências dos ex-diretores da Americanas, foram expedidos pela 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Janeiro.
Anna permanece foragida até o início da tarde deste sábado (29/06). A Polícia Federal informou ainda que as investigações contam com a colaboração da atual diretoria da empresa Americanas.
O que diz Americanas?
Numa nota enviada a Correspondência Na quinta-feira (27/6), a Americanas afirmou que confia nas autoridades que investigam o caso e disse ter sido vítima de fraude de resultados por parte da antiga diretoria.
“A Americanas reitera sua confiança nas autoridades que investigam o caso e reforça que foi vítima de fraude de resultados por parte de sua antiga gestão, que manipulou intencionalmente os controles internos existentes. A Americanas acredita na Justiça e aguarda a conclusão das investigações para responsabilizar legalmente todos aqueles envolvidos”, disse a empresa.
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