Os motoristas de ônibus paulistas decidiram entrar em greve e paralisar as atividades da categoria a partir da meia-noite desta quarta-feira, 3 de julho, na capital paulista. O movimento é liderado pelo SindMotoristas, entidade que representa a categoria, que inclui motoristas, cobradores e demais funcionários do setor de manutenção e fiscalização.
O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) concedeu liminar para que haja 100% de lotação nos ônibus nos horários de pico e 50% nos demais períodos.
Nesta terça-feira, dia 2, aconteceram duas reuniões entre os partidos – trabalhadores e empregadores. Na última, o SPUrbanuss, sindicato que representa as empresas, apresentou nova proposta de reajuste salarial (de 3,60%), mas não houve acordo.
O SindMotoristas, que faz campanha por salários há mais de um mês, realizou reunião nesta terça-feira e decidiu pela manutenção do salário.
A primeira reunião que aconteceu nesta terça-feira, marcada para as 10h, foi uma reunião técnica mediada pelo Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCMSP), que teve como objetivo buscar informações a partir de uma análise dos contratos de Concessão de Transporte Público de Passageiros em resposta às demandas dos trabalhadores.
A reunião, que durou até as 11h30, foi uma solicitação da SPTrans, e reuniu também representantes da Câmara Municipal, do Tribunal Regional do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho.
Pouco depois, houve audiência de conciliação convocada pela Justiça do Trabalho, a pedido dos trabalhadores. O encontro reuniu representantes do SindMotoristas e do SPUrbanuss.
De acordo com a ata da audiência, encerrada às 12h22, o representante do SPUrbanuss apresentou uma “proposta de reajuste salarial de 3,60%, índice acima do INPC do período (3,23%), que poderá ser ainda maior dependendo o índice que é definido pela FIPE no medidor salarial, que pode chegar a 4%, segundo previsões iniciais”.
O SindMotoristas afirmou, na audiência, que está de acordo com a proposta salarial, mas afirmou que outras reivindicações precisavam ser resolvidas para chegar ao acordo total. A reunião terminou sem acordo. Além do reajuste salarial, os pedidos do sindicato são os seguintes:
– 6h30 jornada de trabalho e 30 minutos de intervalo remunerado;
– vale-refeição mensal com valor diário de R$ 38;
– Participação nos lucros e resultados;
– cesta básica sem a palavra “similar”;
– seguro de vida de 10 salários mínimos para o motorista e 5% do valor atual para os demais trabalhadores.
De acordo com o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, como não houve acordo entre as partes, foi concedida liminar determinando que, em caso de greve, 100% do pessoal dos ônibus deverá estar em operação no horário de pico (das 6h às 17h). das 09h00 às 09h00 e das 16h00 às 19h00) e 50% nos restantes períodos. Caso não seja cumprida, o sindicato deverá pagar multa de R$ 100 mil.
O tribunal também determinou que o SindMotoristas não deveria inviabilizar ou criar obstáculos ao acesso de trabalhadores e passageiros, saindo dos ônibus das garagens das empresas de transporte público urbano de passageiros, bem como impedir a livre circulação de ônibus nas vias públicas e nos terminais de passageiros. . .
O Sindicato das Empresas de Transporte Público Urbano de São Paulo, entidade que representa parte das empresas responsáveis pelo serviço na capital, afirmou em comunicado que “está incrédulo com a decisão do Sindicato dos Motoristas” de entrar em greve no próximo Quarta-feira.
“O Sindicato dos Motoristas está confrontando o TRT e o que poderá ser decidido na audiência. É um desrespeito à Justiça ou uma forma descabida de pressionar o TRT”, disse o SPUrbanuss, antes da reunião desta terça.
Em nota, a Prefeitura de São Paulo afirma que a administração municipal e a SPTrans solicitaram medida liminar à Justiça do Trabalho para que a operação da frota de ônibus opere a uma taxa de 100% nos horários de pico e 80% nos demais horários e seja aguardando a resposta da Justiça.
“A SPTrans reforça a necessidade de atender os 7 milhões de passageiros de ônibus para que não sejam prejudicados e tem tomado as medidas legais necessárias em favor da população”, diz o comunicado.
“Em relação às motivações dos trabalhadores, a Prefeitura esclarece que apenas acompanha as negociações entre as partes e espera que os representantes da categoria e empresários encontrem pontos em comum na campanha salarial sem prejudicar os passageiros”, completou a nota.
As negociações se arrastam há meses
No mês passado, os trabalhadores do setor rodoviário votaram e aprovaram uma greve para o início de junho, mas recuaram após chegarem a acordo com o SPUrbanuss, em audiência de conciliação na Justiça do Trabalho.
Na ocasião, o SindMotoristas concordou em se retirar do protesto com algumas condições. Uma delas, a criação de um órgão técnico para fiscalizar os contratos firmados entre as concessionárias e a Prefeitura de São Paulo.
Após o acordo, os trabalhadores decidiram suspender a greve até 30 de junho, data considerada o prazo para que Sindmotoristas e SpUrbanuss cheguem a um consenso sobre as reivindicações dos trabalhadores.
Como nada seria apresentado pela categoria patronal, o SindMotoristas mobilizou a categoria, que decidiu votar novamente pela greve na última sexta-feira.
A principal reivindicação dos trabalhadores é a redução da jornada de trabalho para 6,5 horas trabalhadas com mais 30 minutos remunerados. “Esse é o carro-chefe das reivindicações da categoria”, afirmou a assessoria de imprensa do SindMotoristas.
A lista de reivindicações inclui ainda reajuste salarial de 3,69% pelo IPCA-IBGE mais aumento real de 5%; cesta básica de qualidade; correção do Programa de Participação nos Resultados (PPR) de R$ 1.200 para R$ 2.000; e melhorias em vale-refeição, seguro de vida, plano médico e odontológico, bem como revisão dos valores de auxílio funeral.
Você gostou do artigo? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê sua opinião! O Correio tem espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores através do e-mail sredat.df@dabr.com.br
ra soluções financeiras
blue cartao
empresa de crédito consignado
download picpay
brx br
whatsapp bleu
cartão consignado pan como funciona
simulador crédito consignado
como funciona o cartão consignado pan
ajuda picpay.com