O policial militar Sérgio Regattieri Fernandes Marinho prestou depoimento, nesta quinta-feira (7/11), na Delegacia Especial de Apoio ao Turismo, sobre a abordagem a adolescentes negros filhos de embaixadores, ocorrida no dia 3 de julho, em Ipanema, no Rio de janeiro.
O policial disse suspeitar do grupo porque os adolescentes estavam aglomerados. Segundo Sérgio, momentos antes de encontrar os menores, uma pessoa informou à polícia que havia sido assaltado. Outro homem, que teria presenciado o crime, relatou que os suspeitos estavam em grupo, um deles vestia camisa branca e alguns eram jovens negros. As informações são de g1.
Em seguida, Sérgio e outro sargento abordaram os adolescentes e ordenaram que se encostassem na parede. Um deles teria batido em um prédio com garagem aberta. A polícia realizou uma busca pessoal e não encontrou nenhum objeto suspeito. Sérgio afirmou ainda que não disse nenhuma expressão racista e que se o grupo fosse formado apenas por meninos brancos a abordagem ocorreria da mesma forma.
O caso
A Polícia Militar do Rio de Janeiro abordou três filhos de diplomatas negros de 13 e 14 anos. Nas redes sociais, a mãe de um dos meninos apontou racismo na ação, que envolveu adolescentes do Gabão, Burkina Faso, Canadá e outro menor branco.
“As imagens, os depoimentos e os relatos das crianças são claros! Não há dúvidas! A abordagem foi racial e criminosa. Há anos que vamos ao Rio e nunca presenciei nada parecido na praça de Ipanema com meus filhos. Foi é um lugar aparentemente seguro. Depende de quem”, disse Raiana Rondhon, mãe de um deles.
A Polícia Civil investiga se houve racismo ou insultos raciais na atuação dos policiais militares. A Polícia Militar disse que os policiais envolvidos na ação usavam câmeras corporais e as imagens serão analisadas para saber se houve excesso por parte dos policiais. Porém, em depoimento, os policiais envolvidos na abordagem afirmaram não utilizar câmeras corporais no momento.
Em nova nota enviada ao Correspondênciaa Polícia Militar informou que o protocolo a ser seguido por todos os policiais militares é o uso obrigatório de câmeras corporais e que a ausência do dispositivo será avaliada, uma vez que a não utilização de equipamentos obrigatórios é considerada pela Corregedoria como um má conduta grave.
Itamaraty pede desculpas
Veja a nota completa da Polícia Militar:
A Assessoria de Imprensa da SEPM informa que o protocolo a ser seguido por todos os policiais militares é a obrigatoriedade do uso de câmeras corporais. Vale ressaltar que a investigação está em andamento e que a Corregedoria da Corporação iniciou procedimento investigativo para apurar o caso. Será também avaliada a situação relativa à eventual falta de utilização de câmaras, uma vez que a não utilização de equipamento obrigatório é considerada pela Corregedoria como contra-ordenação grave.
Vale ressaltar que a SEPM não tolera desvios por parte de suas entidades, punindo rigorosamente os envolvidos quando os fatos forem confirmados. A Polícia Militar continua cooperando integralmente com a investigação realizada pela Polícia Civil.
Ó Correspondência entrou em contato com a Polícia Civil do Rio de Janeiro para saber mais informações, mas ainda não obteve resposta. O espaço permanece aberto para possíveis manifestações.
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