Dois casais com 70 anos de relacionamento morrem em intervalo de horas em SP

Dois casais do interior de São Paulo são a prova de que existe um amor para toda a vida — e que nem a morte pode separá-los. Companheiros há mais de 70 anos, os dois maridos morreram poucas horas depois das esposas.

Em Itu, Paolo, de 91 anos, e Concetta Oppici, de 90, morreram no domingo (7/7), ambos por insuficiência respiratória. Eles ficaram hospitalizados por uma semana e morreram dois dias antes de completar 69 anos de casamento.

Paulo André, neto do casal, contou ao g1 que os avós estavam sedados desde o início da internação. A avó saiu de manhã cedo, às 2h55. Às 10h, Paolo saiu, sem saber da morte da esposa.

Os dois imigraram em 1954 da Itália para São Paulo. Se não fosse assim, provavelmente não teriam se conhecido. Paolo veio da região de Parma, no norte da Itália, e Concetta, da Toscana, centro do país. Por ironia do destino, os dois deixaram a Itália para se apaixonar por outro italiano no Brasil.

Um ano depois de se conhecerem, eles oficializaram a união em um casamento. Juntos, tiveram quatro filhos, sete netos e cinco bisnetas.

A cumplicidade entre Paolo e Concetta foi admirada pelos familiares. Faziam tudo juntos: assistir TV, almoçar e até ficar na cama. Um mês antes de morrer, Concetta caiu, fraturou a pélvis e teve que descansar completamente. “Ele também queria ficar na cama, não queria mais levantar. Eles se seguiram. Ele se entregou ao ver que ela havia caído”, conta Paulo.

“Eles deixaram um legado. Principalmente em relação aos valores, à ética, ao amor entre a família”, finaliza.

Paolo e Concetta foram enterrados juntos em Itu.

Caso semelhante em Motuca

Na cidade de Motuca, Lourdes, de 88 anos, e Alcyr Figueiredo, de 92, também morreram com horas de diferença. Ela faleceu no domingo (7/7). Ele, na manhã seguinte.

Humberto Gouvea Figueiredo, sobrinho do casal, partilhou a história dos tios nas redes sociais. “[…] A partida de tia Lourdes, todos sabíamos, não estava longe: sua saúde estava muito debilitada e ela havia quebrado o fêmur recentemente… era só uma questão de tempo até ela falecer”, relata.

Segundo Humberto, estava implícito na família que, quando Lourdes se fosse, Cilo (como era conhecido Alcyr) sofreria muito. Porém, não se imaginava que o sofrimento também levaria à morte.

O corpo de Lourdes ainda estava sendo preparado pela funerária quando Alcyr morreu. A família zelou e enterrou os corpos do casal juntos. Lado a lado, como sempre estiveram.

“Se alguém tem dúvidas, eu não: foi pura obra de Deus! Ele não queria que um amor tão profundo e inspirador fosse interrompido por algo tão natural e certo como a morte”, escreveu Humberto.

O velório de Lourdes e Cilo aconteceu na tarde desta segunda-feira (7/8). Foram sepultados no mesmo dia, no Cemitério Municipal de Motuca.

Você gostou do artigo? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:

Receba novidades no WhatsApp

Receba novidades no Telegram

Dê sua opinião! O Correio tem espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores através do e-mail sredat.df@dabr.com.br