O governo federal abriu um crédito extraordinário de pouco mais de R$ 137 milhões para combater as queimadas que vêm devastando o Pantanal. Segundo o mais recente boletim do Ministério do Meio Ambiente sobre a situação das chamas no bioma, 61.250 hectares foram queimados apenas na semana entre 1º e 7 de julho — área duas vezes maior que Fortaleza (CE).
No total, o crédito total alocado chega a mais de R$ 237 milhões —R$ 100 milhões já haviam sido liberados. Os recursos serão direcionados à Polícia Federal (PF), ao Fundo Nacional de Segurança Pública, às operações de combate a incêndios florestais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em além das Forças Armadas para operações de apoio.
Nesta nova linha de crédito, a distribuição por ministério é a seguinte: Meio Ambiente e Mudanças Climáticas receberão R$ 72,3 milhões; o de Justiça e Segurança Pública, R$ 5,7 milhões; e Defesa, R$ 59,7 milhões. Porém, segundo Marcelo Dutra, doutor em ciências, ecologista e professor da Universidade Federal do Rio Grande (UFRG), não há como saber se o valor reservado pelo governo federal será suficiente para combater com eficiência os danos no Pantanal.
Quadro inalterado
Ele acredita que novos financiamentos complementares são necessários, pois as condições climáticas tendem a permanecer como estão – com baixa umidade e altas temperaturas. “Nada indica que vai aliviar, a menos que as condições climáticas mudem e as chuvas voltem”, alerta.
Entre 1º de janeiro e 7 de julho deste ano, 762.875 hectares foram afetados pelas chamas —ou seja, 5,05% do bioma. Nesse período foram registrados 3.919 focos de calor, sendo 79% deles no Mato Grosso do Sul e 21% no Mato Grosso.
Relatório do Ministério do Meio Ambiente mostra que parte dos incêndios ocorridos em maio e junho foram causados por ações humanas. Porém, os incêndios são atribuídos, sobretudo, ao déficit hídrico devido à falta de chuvas.
“Enfrentamos mais uma consequência do aquecimento global. Durante os períodos de El Niño, algumas regiões ficam muito vulneráveis. O Pantanal possui terras ricas em matéria orgânica, que queimam quando expostas a altas temperaturas, baixa umidade e condições favoráveis à produção de fogo”, observa Marcelo Dutra.
*Estagiário sob supervisão de Fabio Grecchi
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