A Santa Casa de Alfenas, no Sul de Minas, vai tratar gratuitamente 50 pacientes com neuralgia do trigêmeo, também conhecida como a “pior dor do mundo”. A doença ficou conhecida no caso de Carolina Arruda Leite, de 27 anos. Ela sofre com a doença e decidiu arrecadar dinheiro para ter uma morte assistida na Suíça.
Porém, após a repercussão do caso, ela foi internada para fazer tratamento contra dores em Alfenas. O médico responsável pelo tratamento da jovem, Carlos Marcelo de Barros, é o mesmo que coordena a iniciativa com os 50 pacientes.
Barros, especialista em dores crônicas, afirma que a ideia inicial do projeto é tratar pacientes que não responderam aos medicamentos para a doença. “Vamos tentar selecionar os casos mais graves. Pessoas que têm a doença há mais tempo, em maior sofrimento, pacientes que não responderam à medicação. As consultas serão feitas online para determinar quais pacientes serão atendidos imediatamente ou não.” Apesar disso, todos os 50 escolhidos deverão ser atendidos neste ano.
As opções para casos mais graves são balão ou radiofrequência. “O balão é um dispositivo colocado na entrada do nervo trigêmeo na face. Está cheio de contraste, o que comprime o nervo. Essa compressão danifica o nervo e ele deixa de transmitir estímulos dolorosos”, explica.
Diagnóstico difícil e falta de dados
O médico destaca que diagnosticar a neuralgia do trigêmeo é “difícil”. “Muitos lugares não sabem diagnosticar, tratam como dor de dente. Não é incomum ver pacientes que tiveram quatro ou cinco dentes removidos.”
Ainda segundo ele, não há dados sobre a doença no Brasil. “Não há notificação obrigatória. Não sabemos quantas pessoas são tratadas e quantas estão perdidas neste sistema.” Porém, para cada 100 mil habitantes, 4,3 pacientes terão a doença por ano. Esta é uma estatística global, segundo Barros.
O especialista ressalta que a maioria absoluta dos pacientes melhora com medicação ou, no máximo, precisará usar balão ou radiofrequência. Ele afirma que 90% deles estão nessa situação e que o caso de Carolina é uma exceção.
“A expectativa é que, desses 50, seguindo as estatísticas, 40 a 45 pacientes tenham tratamento 100% eficaz. Outros podem precisar de outras intervenções.”
O médico explica que quando o balão faz efeito e o paciente fica de dois a três meses sem dor, geralmente fica sem dor por anos ou ela nunca mais volta. Para os casos que não respondem ao tratamento, os médicos procuram alternativas. “Depois vamos para casos como o do Carolina. São tratamentos mais avançados e a percentagem de pacientes é muito pequena.”
Nesta circunstância, é analisado caso a caso para determinar qual procedimento é mais adequado.
Critério
Para participar, os pacientes deverão atender aos seguintes critérios e enviar os seguintes documentos, exclusivamente para o e-mail: solidário@santacasaalfenas.com.br
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Documento de identidade;
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comprovante de residência;
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Cartão SUS;
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comprovante de condição clínica, através de laudo médico e exames recentes
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carta assinada pela secretaria de saúde do município de origem comprometendo-se com o fornecimento de transporte, hospedagem e outras despesas não médicas na cidade de Alfenas, Minas Gerais
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laudo assinado por assistente social comprovando condição econômica
Após a seleção, serão agendadas consultas online com a equipe médica. Caso a indicação seja confirmada, o paciente terá o procedimento agendado. A Santa Casa informa que a escolha seguirá critérios exclusivamente clínicos e sociais, como idade, tempo de doença, estado clínico geral do paciente, intensidade dos sintomas e vulnerabilidade econômica.
A instituição de saúde reforça que não serão incluídos pacientes que tenham acesso a cuidados de saúde complementares (planos e seguros de saúde).
CVV (Centro de Valorização da Vida)
Os psiquiatras recomendam que as pessoas que pensam em suicídio procurem os serviços médicos disponíveis. O Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece apoio emocional e preventivo ao suicídio. Os voluntários atendem ligações gratuitas 24 horas por dia no 188, via chat, via e-mail ou diretamente em um ponto de atendimento físico.
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