El Niño causou a maior extinção em massa do planeta Terra, há 252 milhões de anos, segundo estudo publicado nesta quinta-feira (9/12) na revista científica Ciência. Ao ocorrer de forma cíclica, o fenômeno meteorológico afeta a circulação atmosférica e a água do mar, além de provocar chuvas ou secas intensas em determinadas regiões do globo.
Liderada pelas Universidades de Bristol (Reino Unido) e pela Universidade Chinesa de Geociências (Wuhan), a investigação descreveu os efeitos das rápidas alterações climáticas no período Permiano-Triássico, que devastaram todas as formas de vida na terra e na água.
Durante anos, os cientistas associaram a extinção em massa a várias erupções vulcânicas no que hoje é a Sibéria. O dióxido de carbono libertado pelas explosões acelerou as alterações climáticas, resultando na estagnação generalizada e no colapso dos sistemas marinhos e terrestres.
No entanto, esta teoria não explica porque é que os insectos e plantas mais resistentes também foram extintos.
“O aquecimento climático por si só não pode levar a extinções tão devastadoras porque, como vemos hoje, quando os trópicos ficam demasiado quentes, as espécies migram para latitudes mais frias e mais altas. planeta mais quente, também aumenta a variabilidade climática, tornando-o ainda mais ‘selvagem’ e difícil para a sobrevivência da vida”, afirma Alexander Farnsworth, investigador associado sénior da Universidade de Bristol e um dos autores do estudo.
O evento quase exterminou a vida terrestre, mas alguns seres vivos conseguiram se adaptar às novas condições climáticas. “Foi quase, mas não completamente, o fim da vida na Terra”, explica Yadong Sun, professor da Universidade de Geociências de Wuhan e outro autor da pesquisa.
Com o aquecimento do planeta, os fenômenos do El Niño foram mais intensos e prolongados do que os observados atualmente. Nos últimos anos, o El Niño causou grandes mudanças nos padrões climáticos. Na América do Norte, por exemplo, o fenômeno elevou as temperaturas em 15ºC em junho de 2024.
“Felizmente, até o momento, esses eventos duraram apenas um ou dois anos de cada vez. Durante a crise do Permiano-Triássico, o El Niño persistiu por muito mais tempo, resultando numa década de seca generalizada, seguida de anos de inundações. Basicamente, o clima estava em todos os lugares e isso dificultava muito a adaptação de qualquer espécie”, explica Paul Wignall, professor de Paleoambientes da Universidade de Leeds (Inglaterra) e também coautor do estudo.
Embora devastadora, a extinção Permiano-Triássico culminaria com o aparecimento dos dinossauros, que se tornariam a espécie dominante a partir de então. “Assim como a extinção em massa do Cretáceo levaria ao aparecimento de mamíferos e humanos”, conclui Farnsworth.
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