Com maior conscientização e ainda maior planejamento familiar e de vida, as técnicas de reprodução assistida tornaram-se mais comuns entre a população. Isto porque a taxa de fertilidade, definida como a incapacidade de conceber uma gravidez após 12 meses de tentativas, está diretamente ligada à idade.
Entende-se por reprodução assistida qualquer processo que envolva manipulação in vitro em alguma fase da reprodução para auxiliar a gravidez. Dentre esses processos, a fertilização in vitro (FIV) é um dos mais conhecidos e que gera diversas dúvidas em quem procura o serviço.
“Algumas pessoas têm o mito de que estamos agindo contra a natureza, o que também não é real, brinco que somos imitadores da natureza, que a fertilização in vitro busca melhorar e aumentar a possibilidade de gravidez quando ela não está acontecendo naturalmente”, explica a médica especialista em reprodução humana e diretora do Centro de Reprodução Humana FERTIPRAXIS, Maria do Carmo Borges de Souza. A seguir, o especialista explica alguns dos mitos mais comuns sobre a fertilização in vitro.
Desequilíbrio hormonal
No tratamento de fertilidade, e em outros tratamentos de reprodução assistida, o uso de hormônios pode ser assustador para muitas pessoas que desejam engravidar. Isso ocorre porque o processo pode desregular os níveis hormonais e causar danos ao organismo.
“É um tratamento que tem menor número de dias, é um período de estimulação que vai de sete a 12 dias em geral, então não implica em risco maior”, explica o médico. “Além disso, o processo é realizado com controle ultrassonográfico e controle de dosagem hormonal, o que também significa que essas preocupações são realmente reduzidas.”
Mais que desejado
Outro medo comum entre as pessoas que querem começar a fazer a fertilização in vitro é a possibilidade de ter mais de um filho do que planejariam. O especialista explica que, com o avanço das técnicas, é cada vez mais raro que isso aconteça.
“Como agora temos melhores meios de cultura e melhores incubadoras, na grande maioria dos casos a transferência é de embrião”, explica. “Isso não elimina a possibilidade, quando você transfere um embrião, de que ele possa se dobrar espontaneamente, mas essa possibilidade é baixa”.
Menopausa
Segundo a médica, um dos temores mais comuns entre as pacientes é que, ao estimular a ovulação, o tratamento acabe “utilizando mais óvulos” e antecipando a menopausa. Isso ocorre porque as fêmeas nascem com uma reserva de óvulos que ainda não estão totalmente desenvolvidos.
Maria do Carmo explica que não há como isso acontecer, pois o estímulo ocorre num processo anterior à ovulação, ainda no desenvolvimento dos folículos. Num ciclo menstrual, vários folículos se desenvolvem, mas apenas um deles libera o óvulo. “Na fertilização in vitro, garantimos que a quantidade de folículos disponíveis para aquele ciclo, em vez de ser utilizado apenas um, vários possam ser utilizados para crescer durante a estimulação”.
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