Uma espécie de mariposa com asas transparentes foi encontrada a 7.200 quilômetros de casa. O inseto, chamado Carmenta braquiclada, É nativo da Guiana, mas foi encontrado em 2 de fevereiro deste ano voando ao redor de uma casa em Port Talbot, no País de Gales.
A mariposa apareceu na casa da ecologista Daisy Cadet e de sua mãe, Ashleigh, fotógrafa profissional. O inseto chamou a atenção por ter uma aparência incomum entre as espécies vistas no Reino Unido. Daisy decidiu tirar uma foto e postar nas redes sociais, sendo notada por especialistas em lepidópteros do Museu de História Natural.
Os especialistas Mark Sterling e David Lees foram alertados sobre a mariposa e começaram a procurar espécies galesas de aparência semelhante. Durante a investigação, a dupla realizou o sequenciamento de DNA e descobriu que ele correspondia a um grupo de mariposas de asas claras que se alimentavam de sementes, encontradas na América Central e do Sul.
A descoberta fez Daisy olhar dentro da bagagem da mãe, que havia feito alguns trabalhos fotográficos na Guiana. Duas cápsulas de pupas, ainda intactas, foram encontradas entre a lama das botas que ela usou na viagem, além de um pedaço de vegetação lenhosa com detalhes que pareciam ser buracos feitos por lagartas de mariposas.
No site do museu, Mark Sterling disse que as mariposas de asas claras são difíceis de encontrar. “Eles são ainda mais difíceis de criar a partir de larvas ou pupas, que muitas vezes secam ou ficam mofados poucos dias após a coleta. As chances de duas mariposas de asas claras dos Neotrópicos emergirem com sucesso no sul do País de Gales são de mais de três meses após sua chegar, no frio inverno galês, e ser preservado em tão boas condições, é extraordinário”, acrescentou.
“A improbabilidade deste evento desafia qualquer explicação racional. No entanto, enquanto estava na Guiana, Ashleigh foi informada de que se ela deixasse uma oferenda de tabaco para os espíritos da selva, ela veria algo lindo da selva, e foi isso que ela fez. Concluímos no artigo que devia ser um tabaco muito bom”, disse o especialista.
Além de terem descoberto o país de origem da espécie, os especialistas também tinham um pequeno pedaço da planta hospedeira da qual as larvas se alimentavam. O fragmento foi enviado ao botânico do museu de Londres, que informou que provavelmente se tratava de uma vagem de uma espécie de erva-moura, que cresce nas selvas da América Central e do Sul.
Em seguida, Mark e David compararam exemplares da mariposa encontrada por Daisy com espécies do gênero Carmentaem que apenas metade das 100 espécies foram codificadas por barras de DNA. Usando análises e o plano corporal dos exemplares comparados com outros registros, a dupla confirmou que se tratava de uma espécie não descrita.
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