Os cuidados paliativos são uma área da medicina responsável por oferecer suporte a pacientes com doenças graves, progressivas e que ameaçam a vida. Neste sábado (12/10), é comemorado o Dia Mundial da Especialidade. A abordagem ficou famosa na internet após o caso da influenciadora digital Isabel Veloso.
A jovem de 18 anos alegou ter um cancro terminal e disse que tinha apenas alguns meses de vida, mas meses depois afirmou que estava, de facto, em cuidados paliativos. Afinal, qual a diferença entre cuidados paliativos e cuidados de fim de vida?
Suelen Medeiros de Macedo, médica paliativa, coordenadora da Equipe de Apoio e Cuidados Paliativos do Hospital Sírio Libanês de Brasília e coordenadora do Curso de Pós-Graduação em Cuidados Paliativos da Faculdade Sírio Libanês, responde a Correspondência. “Enquanto os cuidados paliativos abrangem uma abordagem ao cuidado em qualquer fase de uma doença grave, os cuidados de fim de vida são um aspecto específico dos cuidados paliativos, focados nos últimos dias ou semanas de vida de um paciente, quando o objetivo é fornecer o máximo conforto possível diante da aproximação da morte”, afirma.
Por outras palavras, todos os cuidados de fim de vida são cuidados paliativos, mas nem todos os cuidados paliativos visam o fim de vida.
O que são cuidados paliativos?
O principal objetivo dos cuidados paliativos é aliviar o sofrimento físico, mental e/ou espiritual do paciente, oferecendo suporte integral a ele e sua família, por meio de uma equipe formada por médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas , entre outros.
“Os cuidados paliativos podem ser introduzidos a partir do diagnóstico de uma doença grave ou crónica, em paralelo com tratamentos curativos. A abordagem pode ser iniciada em qualquer fase da doença e não se restringe ao fim da vida. Quanto maior o plano de cuidados, maiores serão os benefícios para o alívio do sofrimento e a qualidade de vida do paciente e de seus familiares”, explica a profissional.
Juntas, a equipe trabalha para identificar as causas dos sintomas e atua com tratamentos farmacológicos (analgésicos, opioides, medicamentos especializados) e tratamentos não farmacológicos (técnicas de relaxamento, fisioterapia, entre outros) para aliviar o sofrimento do paciente. “O controle eficaz da dor é prioridade, com o objetivo de proporcionar conforto e bem-estar”, finaliza Suelen Medeiros.
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