Quatro anos e meio depois da polêmica publicação, o estudo que atribuía o potencial da hidroxocloroquina contra o Sars-CoV-2, vírus causador da Covid-19, recebeu uma retratação. Isso significa que a revista e-Vidaquem publicou o artigo, reconhece que ele é falho. “Esta é uma notícia incrivelmente boa”, disse Elisabeth Bik, especialista em análise forense de imagens e consultora de integridade científica na Califórnia, ao site. Natureza. “Este artigo nunca deveria ter sido publicado – ou deveria ter sido retirado imediatamente após ser publicado”, diz Bik.
No momento da publicação, o mundo enfrentava o início da pandemia de covid. Não havia vacinas e o número de mortos aumentava de hora em hora. Desde a publicação do artigo, os cientistas apontaram graves falhas na metodologia, o que colocou em dúvida os resultados. Até porque o autor do estudo, o microbiologista francês Didier Raoult, já havia sofrido 27 retratações de outras publicações.
Apesar das advertências da ciência, o artigo de Raoult foi aceito sem ressalvas pelo governo brasileiro. Na época, o então presidente Jair Bolsonaro distribuiu 2,8 milhões de comprimidos do medicamento — originalmente desenvolvido para tratar a malária — ao custo de R$ 90 milhões. Nos Estados Unidos, Donald Trump também foi o garoto-propaganda da substância.
Aposentadoria
A Organização Mundial da Saúde (OMS) incentivou os cientistas a pesquisar o suposto potencial da cloroquina no combate à Covid. Todos os estudos subsequentes mostraram que não houve benefício. No laboratório, dentro de uma placa de Petri, o remédio realmente matou o vírus. Porém, nessas condições, até mesmo o alvejante pode eliminar um microrganismo. Nenhuma investigação posterior confirmou as alegações de Raoult e, não surpreendentemente, ele se aposentou logo após a publicação.
Para o infectologista Ole Søgaard, do Hospital Universitário de Aarhus, na Dinamarca, o pior efeito do trabalho de Raoult “foi desviar parcialmente a atenção de outros medicamentos potenciais e atrasar o desenvolvimento de medicamentos anti-covid-19 num momento em que a necessidade de tratamentos eficazes foi crítico.” No site da Nature, Søgaard destacou que o “estudo foi claramente conduzido de forma precipitada e não seguiu os padrões científicos e éticos comuns”.
Para a revista que publicou a obra, o efeito também foi devastador. O e-Vida perdeu seu fator de impacto, métrica que avalia a qualidade e relevância de uma revista científica.
pan cred login
whatsapp download blue
bpc consignado
pague menos png
abara png
picpay baixar
consignado do auxílio brasil
empréstimo sem margem inss
inss credito
bpc loa