Ouvir assobios e assobios no ouvido caracterizam sintomas incômodos do zumbido, que atinge cerca de 28 milhões de brasileiros, segundo dados da Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde. No mundo, existem mais de 278 milhões de pessoas que relatam zumbido no ouvido, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Embora o zumbido não seja uma doença, ele pode alertar para problemas de saúde, como o aparecimento de perda auditiva. Ao ouvir um ruído externo que não está presente no ambiente, o zumbido afeta pessoas de todas as idades e pode ter origem em diversas causas.
O fonoaudiólogo Matheus Rodrigues Sales explica que as causas mais comuns do zumbido são infecções do sistema auditivo, lesões no nervo auditivo, interferência de medicamentos e estado emocional, envelhecimento e exposição a ruídos intensos. Em jovens, é comum que o sintoma apareça devido ao uso constante de fones de ouvido.
Números e perda auditiva
Em estudo realizado pela Associação Interdisciplinar de Pesquisa e Divulgação do Zumbido (APIDIZ), da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, 54,7% dos 170 adolescentes entrevistados relataram a presença de zumbido após uso prolongado de fones de ouvido ou após visitar locais barulhentos, como festas e shows.
A fonoaudióloga alerta que o uso inadequado de fones de ouvido impacta negativamente os jovens, causando danos permanentes às células ciliadas, o que pode levar à perda auditiva. “O volume intenso para uso prolongado é incorreto. Cabe aos responsáveis orientar”, afirma.
Ao tratar o zumbido, a causa primária do sintoma deve ser identificada. Matheus recomenda uma avaliação auditiva completa e um teste de imitância, que examina a integridade da orelha média. “O rumo do tratamento, seja ele cirúrgico, medicamentoso ou com aparelho auditivo, depende de todos esses fatores”, afirma.
Fatores emocionais podem atuar como agravante da situação pré-existente. Matheus explica que a sensibilidade do paciente aumenta quando exposto a alterações emocionais: “As tensões musculares na região cervical e mandíbula podem ser causadas pela ansiedade, por exemplo, o que pode desencadear zumbido”. Estresse e pressão arterial também estão na lista de possíveis causas.
A fonoaudióloga recomenda procurar um especialista caso os desconfortos causados pelo zumbido impactem negativamente na qualidade de vida, como falta de concentração e prejuízo no desempenho nas atividades diárias. “O consumo excessivo de cafeína, sódio, álcool, açúcar e alimentos industrializados pode piorar o zumbido”, alerta.
A audição humana pode suportar até 70 decibéis (dB) sem danos. Acima desta medida existe risco de danos ao aparelho auditivo. Sons acima ou próximos de 110 dB podem causar dor imediata e danos permanentes em segundos. Ruídos altos nos centros urbanos podem chegar a 90 dB.
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