O medicamento isotretinoína, à base de ácido 13-cis-retinóico, é amplamente utilizado no tratamento da acne resistente. No entanto, apesar da sua eficácia comprovada, um número considerável de pacientes pode apresentar recorrência após o término da terapia. Um novo estudo, realizado por pesquisadores do Mass General Brigham, nos Estados Unidos, descobriu a frequência com que o quadro retorna e identificou os fatores que podem colocar os pacientes em risco de novos episódios do quadro.
Os resultados da pesquisa, publicados na revista Dermatologia Jamarevelam que cerca de 20% dos pacientes que usaram isotretinoína necessitam de novas terapias para acne após o término do tratamento inicial. A recorrência é maior entre mulheres e pacientes que receberam doses cumulativas mais baixas do medicamento. Por outro lado, a dose diária do medicamento não se mostrou um fator preditivo de recorrência, e não houve evidências de que doses cumulativas acima de 220mg/kg proporcionem benefícios adicionais no controle do quadro.
Segundo o estudo, um em cada cinco pacientes necessitou de tratamento posterior, sendo que 22,5% dos participantes receberam medicamentos orais, como antibióticos ou espironolactona, e 8,2% foram submetidos a um novo ciclo com isotretinoína. Para os investigadores, estes dados sugerem que, embora o medicamento seja eficaz para muitos, uma proporção considerável de pacientes pode necessitar de intervenções adicionais para alcançar a remissão definitiva.
John Barbieri, pesquisador do departamento de dermatologia do Brigham and Women’s Hospital e um dos principais autores da pesquisa, detalhou que os resultados do estudo sugerem que os regimes de dosagem de isotretinoína podem ser adaptados de acordo com os objetivos e preferências dos pacientes. “Essas descobertas sustentam que os regimes de dosagem podem ser individualizados de acordo com os objetivos e preferências do paciente. Desde que uma dose cumulativa suficiente seja alcançada, parece que tanto os regimes de doses diárias mais baixas quanto as mais altas podem ser eficazes”.
Segundo Tatiana Sabaneeff, dermatologista do Hospital Anchieta, em Brasília, o uso de doses diárias menores de isotretinoína pode reduzir a incidência de efeitos colaterais, como ressecamento da pele e mucosas, tornando o tratamento mais tolerável para o paciente. “No entanto, é importante garantir que a dose cumulativa completa seja alcançada para garantir a eficácia terapêutica. Esta abordagem pode ser útil em pessoas com maior sensibilidade a efeitos adversos ou comorbidades que contra-indicam doses mais elevadas”.
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O estudo baseou-se na análise de informações de um banco de dados, que incluiu pacientes com diagnóstico de acne e tratados com isotretinoína por um período mínimo de quatro meses. Os pesquisadores avaliaram os dados de acompanhamento de pelo menos um ano para determinar a recorrência da doença e os fatores associados.
Para os cientistas, os resultados reforçam a ideia de que o tratamento da acne com isotretinoína deve ser cuidadosamente planejado e personalizado, considerando características individuais, como sexo, histórico médico e preferências pessoais. Os dermatologistas agora podem contar com a descoberta para discutir a melhor abordagem com seus pacientes para otimizar os resultados e minimizar os efeitos colaterais.
Além disso, a investigação destacou a importância de monitorizar a saúde da pele após o tratamento inicial com isotretinoína. A identificação precoce da recorrência e a introdução de terapias adicionais podem ajudar a prevenir o agravamento do quadro e a necessidade de tratamentos mais agressivos no futuro.
Os pesquisadores ressaltaram ainda que, embora esse remédio seja a opção mais eficaz para casos de acne grave, os médicos devem estar preparados para ajustar os tratamentos de acordo com a necessidade do paciente. Isto inclui considerar diferentes alternativas quando a condição se repetir.
“É fundamental que o tratamento seja conduzido por um dermatologista experiente, com acompanhamento regular e orientações adequadas sobre os cuidados necessários durante e após a terapia. A adesão às recomendações médicas e a comunicação aberta entre paciente e profissional de saúde são essenciais para o sucesso do tratamento e prevenção de recorrências”, alertou Tatiana Sabaneeff.
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