Mais conhecida popularmente pelo uso estético, a toxina botulínica também possui aplicações médicas e uma delas oferece alívio para pessoas que sofrem de distúrbios anal, como rachaduras, ou quando há uma condição chamada anismo – falha de relaxamento ou contração muscular no momento da evacuação. Outras indicações incluem pré-pós-operatório na cirurgia hemorróida.
Um estudo da Universidade Católica do Sagrado Coração em Roma, Itália, descobriu que 77,7% dos pacientes com rachaduras tratadas com injeções de toxina botulínica estavam completamente curativas em dois meses. No 71 -Monte -seguinte, não houve recaídas. Outra pesquisa, da Fundação Policlínica da Universidade de A. Gemelli, também na capital italiana, encontrou resultados positivos em pacientes submetidos a esfincterotomia interna lateral – cirurgia que corta o músculo do esfíncter anal interno – mas que sofreu recorrência. Nesses casos, as injeções foram capazes de resolver o problema, sem complicações.
Em uma entrevista com CorrespondênciaA coloproctologista Aline Amaro faz perguntas sobre o procedimento.
O que os estudos mais recentes mostram?
A pesquisa indica que a toxina botulínica é uma alternativa eficaz e segura para o tratamento da fissura anal crônica, especialmente em pacientes que não responderam ao tratamento clínico convencional. A substância age temporariamente relaxando o esfíncter anal interno, reduzindo a hipertonia muscular e melhorando o fluxo sanguíneo na região, o que favorece a cicatrização da fissura. Comparado à esfincterotomia lateral interna (cirurgia tradicional), a toxina botulínica tem taxas de sucesso entre 60% e 80% na cicatrização da fissura anal, sem o risco de incontinência fecal, o que pode ocorrer em alguns casos. No entanto, há uma maior taxa de recorrência em comparação à cirurgia, que pode exigir reaplicações ou outros tratamentos complementares.
Quanto tempo duram os efeitos?
Os efeitos da toxina botulínica duram uma média de três a seis meses, dependendo da dose aplicada e da resposta individual do paciente. Durante esse período, os músculos anal relaxam, permitindo que a fissura se cure. Se a fissura não se curar completamente após esse período, poderá ser necessária uma nova aplicação ou outras abordagens terapêuticas, como a cirurgia. Em alguns casos, o efeito pode ser prolongado através de medidas complementares, como alterações de alimentos, uso de pomadas de cura e banhos de assento.
Existem riscos potenciais?
A aplicação da toxina botulínica na região anal é considerada um procedimento minimamente invasivo e seguro, mas existem alguns possíveis efeitos adversos. Os principais são:
- Dor ou desconforto no local de aplicação nos primeiros dias.
- A incontinência fecal temporária leve, especialmente para gases, devido ao relaxamento dos músculos anal (mas melhora com o tempo).
- Recorrência da fissura após o final do efeito da toxina, que pode exigir novas aplicações ou cirurgia.
- As reações alérgicas à toxina botulínica são extremamente raras, e o procedimento deve ser realizado por um especialista para minimizar o risco.
No Brasil, já existe aprovação da Agência Nacional de Vigilância da Saúde (ANVISA) para o uso de toxina botulínica em condições anal?
A toxina botulínica não possui aprovação específica da ANVISA para o tratamento da fissura anal, mas é amplamente utilizada na prática médica off-label, com base em evidências científicas e diretrizes de coloproctologia. O uso off-label ocorre quando um medicamento aprovado para uma finalidade é usado para outra base científica. Essa abordagem já é aceita na medicina, especialmente quando há benefícios claros para o paciente e o tratamento segue os princípios de segurança e eficácia.
Quais pacientes podem se beneficiar mais da técnica?
A aplicação da toxina botulínica é uma excelente opção para pacientes com fissura anal que:
- Eles não responderam ao tratamento clínico convencional, como pomadas, analgésicos e medidas dietéticas.
- Eles querem evitar ou adiar a cirurgia, especialmente aqueles que têm medo de esfincterotomia e seus possíveis efeitos colaterais.
- Eles têm um alto risco de incontinência fecal, como idosos ou pacientes com histórico de múltiplas cirurgias anal.
- Eles têm contra -indicações para a cirurgia, incluindo doenças imunossuprimidas ou associadas que dificultam a cura.
Embora seja uma opção promissora, a escolha entre toxina botulínica e outros tratamentos deve ser individualizada, considerando a gravidade da trinca, a resposta ao tratamento inicial e as preferências do paciente.
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