Elefantes se chamam pelo equivalente a um nome, diferente para cada paquiderme, indicou estudo publicado nesta segunda-feira (6/10) na revista científica Naturezabaseado na observação de dois rebanhos selvagens no Quênia.
A pesquisa “demonstra que os elefantes não apenas usam uma vocalização específica do indivíduo, mas também reconhecem e respondem a um chamado dirigido a eles, ignorando aqueles dirigidos a outros”, explica o autor principal, Michael Pardo.
O estudo “apoia a ideia de que os elefantes podem inventar nomes arbitrários para outros”, continua este especialista em comunicação de paquidermes da Universidade Estadual do Colorado, citado em comunicado.
Para chegar a esta conclusão, os cientistas utilizaram gravações feitas pela associação Save the Elephants na reserva Samburu e no parque nacional Amboseli, no Quénia.
Com a ajuda de um algoritmo, eles identificaram 469 chamados distintos, incluindo 101 elefantes que emitiram um chamado e 117 que o receberam.
Os elefantes emitem uma ampla variedade de sons, desde trombetas altas até murmúrios que o ouvido humano não consegue ouvir.
Segundo o estudo, o paquiderme, assim como os humanos, atribui um nome arbitrário ao membro do rebanho com quem deseja se comunicar. O estudo destaca que isso não é feito por meio de vocalizações que imitam o som produzido pelo animal que visa, como fazem os golfinhos e os papagaios.
Estas observações sobre os elefantes “indicam que eles têm capacidade para o pensamento abstrato”, disse o professor George Wittemyer, da Universidade do Colorado, supervisor do estudo, citado no comunicado.
Os chamados, que geralmente são feitos em forma de grunhidos, são mais frequentes à distância e no caso de adultos se comunicando com filhotes. Os adultos também são mais propensos a utilizar estes sons do que os jovens, o que sugere que a capacidade de pronunciar os nomes requer anos de treino.
O estudo sugere que o comportamento extremamente social dos elefantes pode ter favorecido o desenvolvimento desta capacidade de comunicação.
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